A Rede Desenvolver, que aglutina bancos comunitários, apresentará propostas para o governo e pré-candidatos às prefeituras
A Rede Desenvolver, que aglutina bancos comunitários do Espírito Santo, acredita que as iniciativas de finanças solidárias podem minimizar os impactos econômicos e sociais causados durante e depois da pandemia do coronavírus. Por isso, irá contactar parlamentares e o Governo Renato Casagrande, para apresentar propostas que contribuam, por exemplo, com a geração de emprego e renda.
Segundo Leonora Mol, que é presidente da Rede Desenvolver, coordenadora da Rede Brasileira de Bancos Comunitários e presidente do Ateliê de Ideias, entidade gestora do Banco Bem, que fica no Território do Bem, em Vitória, o Governo do Estado pode efetuar o pagamento de programas de renda básica já existentes por meio dos bancos comunitários, assim como criar novos programas desse tipo em parceria com esses bancos.
Outra ação existente em bancos comunitários do Espírito Santo e que pode ser incentivada pelo Governo do Estado, afirma Leonora, é o crédito habitacional, por meio do qual se disponibiliza, por exemplo, recursos para compra de material de construção. Caso o beneficiário queira, ele também pode contar com assistência técnica de um profissional para auxiliar na construção do imóvel, pensando em questões como ventilação e prevenção a enchentes.
Para Leonora, essas iniciativas podem amenizar os impactos do coronavírus durante e depois da pandemia não somente por fortalecer o comércio da região, mas também por possibilitar a contratação de mão de obra local. Ela explica que, ao se fortalecer, o estabelecimento comercial pode precisar de funcionários, o que aumenta as oportunidades de emprego na comunidade. “Nas comunidades onde os bancos comunitários atuam, é comum contratar os moradores ou a própria família trabalhar no comércio”, afirma.
A cessão de crédito e pagamento de produtos e serviços são feitos por meio de um aplicativo de celular específico dos bancos comunitários, o E-Dinheiro. Também há um cartão e, em alguns bancos, uma moeda impressa. Em cada uma dessas três modalidades o consumo deve ser feito dentro da própria comunidade onde o banco se situa. Leonora explica que os bancos têm priorizado o cartão e o aplicativo, pois a impressão da moeda comunitária é cara, já que é preciso utilizar recursos que impeçam a falsificação.
No Espírito Santo existem 12 bancos comunitários, sendo um em Vitória, dois em Vila Velha, quatro na Serra, dois em Cariacica, um em Pedro Canário, Nova Venécia e Divino de São Lourenço. A Rede Desenvolver afirma que também vai buscar diálogo com os pré-candidatos às prefeituras para discutir a possibilidade de colocar nos planos de governo atividades em parceria com os bancos comunitários.