Depois do Carnaval de 2019, os blocos do Centro de Vitória começaram a se organizar e criaram o Blocão, um espaço de articulação da sociedade civil para contribuir com uma melhor organização do carnaval no bairro, que é o ponto de maior fluxo de pessoas durante as festividades.
O crescimento significativo que vem acontecendo, a cada ano, no Carnaval de Vitória gera por um lado euforia e, por outro, preocupação. “As pessoas estão ficando na cidade não apenas por falta alternativa ou oportunidade para sair. O Centro virou um destino certo para quem quer curtir”, diz Stael Magesck, do bloco Pela Donas do Centro, que integra o Blocão junto com outros 13.
A movimentação do conjunto de blocos busca especialmente cobrar do poder público para solucionar problemas que ocorreram no ano anterior, como a falta ou mau posicionamento dos banheiros químicos e o uso de caixas de som de alta potência após os blocos de forma não autorizada. Chamado para compor a comissão de organização do Carnaval de Vitória, o Blocão tem levado as demandas dos blocos do Centro para o poder público.
Um dos pontos questionados pelo Blocão é a necessidade de mudança do decreto que rege o carnaval de rua, oriundo de 2017, que o grupo considera que não consegue atender as necessidades devido ao grande crescimento dos últimos três anos. “É preciso ampliar o olhar e atualizar o decreto”, diz Stael, que também é diretora de Cultura da Associação de Moradores do Centro de Vitória (Amacentro). A preocupação central para os poderes públicos é a segurança pública e o efetivo das polícias para trabalhar nos dias de festa. Para Stael, o poder público precisa se adequar à nova realidade e aumentar essa atuação, tendo em conta que o Carnaval tem gerado renda, movimenta o turismo, comércio e outros setores econômicos”, completa.
O acordo que chegou-se é que os blocos de maior porte, como Regional da Nair, Bekoo das Pretas, BatuQdellas irão sair na Avenida Beira-Mar, já que a prefeitura transferiu para lá os desfiles da Avenida Jerônimo Monteiro. Assim busca-se evitar o transtorno que possam causar por conta dos trios elétricos circulando pelas ruas mais estreitas e habitadas. Já os blocos menores, irão ter circuitos próprios dentro dos bairros.
A articulação dos blocos é acompanhada também pela Amacentro, que também vem articulando junto a cada um deles uma campanha para divulgar questões importantes para as festas como a importância de preservar e não depredar o patrimônio histórico, da utilização dos banheiros químicos e de não urinar nas ruas, do respeito às mulheres e aos idosos, entre outros valores.
Entre as novidades que desfilam neste ano no Centro de Vitória estarão os blocos Oficina, Simpatia, Bloco Bleque e Maluco Beleza, este em homenagem a Raul Seixas.