O trabalho de resgate no navio plataforma Cidade de São Mateus, que sofreu uma explosão na tarde desta quarta-feira (11), a 40 km da costa de Aracruz (norte do Estado), foi retomado nesta quinta-feira (12). O número de mortos subiu para cinco, e nove dos 14 feridos continuam internados no Vitória Apart Hospital (VAH), sendo três em estado grave. O pior caso é de um petroleiro que teve 43% do corpo queimado. As equipes de resgate estão à procura de quatro desaparecidos. O acidente é considerado o pior dos últimos 14 anos do setor de petróleo e gás.
Os bombeiros tentam acessar a casa de máquinas do navio, que foi o local em que a explosão aconteceu. O trabalho foi iniciado na noite desta quarta-feira e foi interrompido por volta das 3 horas da manhã desta quinta-feira, após as equipes se depararem com um grande alagamento na sala de máquinas. Sem saber ao certo as causas do alagamento, a equipe, por preacaução, decidiu suspender as buscas.
Pela manhã, um engenheiro de avarias da empresa BW Offshore, responsável pela plataforma flutuante, avaliou os danos nos cascos e afastou a hipótese de haver falhas na estrutura do navio-plataforma. A água na sala de máquinas pode ter sido resultado do acionamento do sistema de incêndio. Os bombeiros trabalharam com o auxílio de lanternas e de barcos de apoio na iluminação, já que para evitar novas explosões a luz do navio foi desligada.
As equipes de busca ainda trabalham com a hipótese de os quatro desaparecidos estarem vivos, por conta do tamanho do navio. Especula-se que ele possam estar presos em algum local da embarcação.
O trabalho é complexo e inspira cuidados, já que o ambiente ainda tem muitos gases tóxicos, por isso os bombeiros usam material de respiração autônoma para não ficarem expostos. As entradas de acesso à casa de máquinas também foram bloqueadas pela explosão, por isso não é possível saber se ainda há vítimas no local.
Acidente
A explosão ocorreu por volta das 13 horas desta quarta-feira no navio que presta serviço para a Petrobras. Na embarcação havia 74 petroleiros, sendo que três morreram na hora e dez sofreram ferimentos e foram transferidos por helicóptero para atendimento médico em Vitória.
O navio era operado pela empresa BW Offshore e afretado pela Petrobras. A unidade opera, desde junho de 2009, no pós-sal dos campos de Camarupim e Camarupim Norte, no litoral do Estado, a cerca de 120 km da costa.
Já o Sindicato dos Petroleiros do Estado (Sindipetro-ES) atribui o acidente à falta de manutenção e à precarização que a terceirização provoca. O sindicato alertou que a situação é semelhante no resto do país, já que dos 400 mil empregados da estatal, apenas 85 mil são concursados.
O Sindipetro advertiu ainda que acidentes como o ocorrido com o navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus não são exceção. Em 2014, segundo o sindicato, foram mais de 20 acidentes com mortes.
