Iniciativa das Brigadas Populares vai ajudar a reformar edifício no Centro de Vitória e a instalar estamparia
As Brigadas Populares (BP’s) lançaram nesse domingo (5) a campanha solidária “Quem Mora Lá?”, que busca arrecadar recursos para apoiar as ocupações de luta por moradia em Vitória. Com meta de arrecadar ao menos R$ 1.800, a campanha já conseguiu juntar metade do valor em menos de 24h.
Os recursos das doações vão ser utilizados para a reforma do telhado e do espaço da Ocupação Moa do Katendê, no Centro de Vitória, que além de abrigar famílias sem-teto, vão servir de sede para a Cooperativa Popular das BPs ES. “Quando ocupados, lidamos com edifícios abandonados às vezes há mais de 10 anos pelos proprietários. Por isso é preciso obras para garantir um mínimo de segurança e saneamento para quem vai morar lá por não ter outra opção”, conta Sarah Velasco, integrante das Brigadas Populares.
Além de realizar reformas, o dinheiro vai contribuir para a compra de materiais necessários para o funcionamento da estamparia que vai ser instalada no local como forma de gerar recursos para financiar reformas na luta por moradia e proporcionar trabalho e renda para os moradores.
O projeto da estamparia existe há três anos e já mudou de local devido aos despejos realizados nos últimos anos em ocupações. Agora deve se fixar na Ocupação Moa do Katendê, instalando máquinas de costura e serigrafia. Parte do recurso recebido na campanha será então destinado à compra de matérias-primas como tecidos, tintas e avivamentos.
O andar em que será feita a reforma, último do prédio ocupado e atingido pelas infiltrações por conta do telhado quebrado, servirá para além da sede da cooperativa, como espaço para uma pequena horta e realização de eventos e reuniões políticas e culturais dos movimentos.
Quem doar por meio da plataforma Abacashi, ganha brindes como recompensa para valores determinados, como canecas e camisetas produzidos pela cooperativa. Também é possível doar diretamente pelo aplicativo Picpay na conta @serigrafiaocupante.
Caso a arrecadação supere a meta inicial, o excedente do recurso será utilizado para compra de cestas básicas para apoiar as famílias nas ocupações e outros territórios necessitados onde as Brigadas Populares atuam. Sarah explica que a maioria das famílias que mora nas ocupações é integrada por trabalhadores informais, que perderam boa parte ou a totalidade de sua renda com a pandemia do novo coronavírus.