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Capixaba lança livro inspirado em seu ofício de colhereiro em seminário nacional

Livro de Alvaro Abreu será lançado no IV Seminário Nacional di Bambu, em Goiás. Haverá lançamento também em Brasília

O trabalho do cachoeirense Alvaro Abreu como colhereiro já extrapolou há muito tempo as fronteiras do Espírito Santo e do Brasil. Não seria diferente com seu livro Viva a Produção Prazerosa – Histórias das Colheres de Bambu, que é parte de sua trajetória nesse ofício. Depois de dois lançamentos no Estado, o livro será lançado na próxima quinta-feira (17) em Pirenópolis, Goiás, durante o IV Seminário Nacional de Bambu, organizado pela Rede Brasileira do Bambu. Um dia antes haverá lançamento também em Brasília, Distrito Federal, na Belini Pani e Gastronomia, na Asa Sul.

Diana Abreu

O evento será de 16 a 18 de novembro, na Universidade Estadual de Goiás (UEG), com realização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), e executado pela UEG em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade de Catalão (UFCAT). O seminário busca discutir a fomentação da cadeia produtiva do bambu e promover desenvolvimento sustentável rural e urbano a partir da utilização dos bambus nas mais variadas formas.

O livro pode ser adquirido pelo valor de R$ 80,00, no site. É produzido pela Editora Mandacaru, escrito em primeira pessoa, e dividido em 14 capítulos e inúmeras croniquetas, com 264 páginas coloridas e ilustradas com fotografias. Nele, o autor fala de seu interesse por ferramentas e de sua admiração pelos bambus. “Conto como a coisa começou e foi evoluindo, de modo a ganhar espaço e se estabelecendo como fonte de satisfação e realização. Falo das ferramentas manuais que fui incorporando, das colheres, dos bambus e suas fibras, dos processos, métodos, macetes de produção que adoto, da experiência em ensinar a fazer colheres”, detalha.

Divulgação

Alvaro aborda no livro também as reações das pessoas diante de arranjos com muitas colheres, as exposições feitas no Brasil e na Europa, e “um belíssimo livro que um fotógrafo alemão fez sobre elas; das trocas que fiz e dos presentes que recebi de muita gente querida por conta delas”.

A ideia de fazer o livro, segundo o autor, não é de hoje. Surgiu quando fez um ensaio fotográfico das fibras do bambu, em 1995, pouco depois de um infarto e quando começou a atuar como colhereiro.

“Inventei de fazer um ensaio fotográfico com as fibras de bambu. Elas me encantaram quando cortei um pedaço de bambu com meu canivete. Eu sempre fui usuário de bambu, mas nunca tinha prestado atenção nelas. Não sei explicar as razões, mas por conta desse encantamento, nunca mais parei de cortar. No livro tem algumas dessas fotos, mas ainda vou aprontar o tal ensaio, para que muitos possam vê-los também. Para completar, achei que valeria a pena escrever crônica para incluir no ensaio. Gosto de escrever para saber o que estou pensando e sentindo”, conta.

Em sua trajetória como colhereiro, Alvaro confeccionou mais de cinco mil peças com bambu que recolhe ou ganha dos amigos. Para executar esse trabalho, usa ferramentas simples: foices, faquinhas, goivas, lixas e cacos de vidro. Não vende as peças que faz e gosta de fazer colheres para pessoas que lhe pedem. Seu trabalho é diário. Muitas vezes, sozinho, conversando, sentado na varanda ou andando na beira do mar. Sempre leva ferramentas e pedaços de bambu em suas viagens.
Diana Abreu

Alvaro já expôs suas colheres em várias cidades brasileiras, incluindo Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e João Pessoa. Sempre a convite de instituições, fez exposições com grande sucesso de público em Viena, na Áustria; Munique e Frankfurt, na Alemanha; e Winterthur, na Suíça. No acervo do Die Neue Sammlung – International Design Museum, de Munique, estão 52 colheres compridas doadas por Alvaro.

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