sábado, novembro 23, 2024
22.1 C
Vitória
sábado, novembro 23, 2024
sábado, novembro 23, 2024

Leia Também:

Capixabas se mobilizam para paralisação dos trabalhadores de aplicativos de entrega

Ato nacional ocorre no dia 1°. No ES, pleito é por aumento na porcentagem paga e no número de entregas 

Está prevista o dia 1º de julho, uma quarta-feira, a primeira paralisação nacional dos trabalhadores de aplicativos de entrega. No Espírito Santo, um grupo de cerca de 50 trabalhadores busca, por meio do diálogo com os colegas, conseguir adesão para o movimento paredista. Esse “boca a boca”, como chamam, é necessário diante da não existência de um sindicato organizado, já que o Sindicato dos Trabalhadores de Aplicativos do Estado do Espírito Santo (Sintappes) ainda não foi formalizado. 

Um dos trabalhadores que integram o grupo é Gessé Gomes de Souza Júnior. De acordo com ele, a realidade dos entregadores durante a pandemia é ainda mais precária. Gessé relata que houve aumento do desemprego nesse período. Consequentemente, muita gente migrou para esse tipo de serviço. Assim, explica, há um excesso de mão de obra, o que acaba fazendo com que as demandas de entrega caiam, o tempo ocioso dos entregadores aumente, e o ganho individual seja reduzido. 
A pauta do movimento em nível nacional contém reivindicações como melhores condições de trabalho, já que os entregadores não recebem alimentação, não têm plano de saúde, o seguro de vida não contempla casos de Covid-19 e não recebem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como máscara e álcool gel, por exemplo. O aumento da porcentagem paga aos trabalhadores pelas entregas também consta na pauta nacional. No Espírito Santo, segundo Gessé, as reivindicações não são exatamente as mesmas.
Os trabalhadores capixabas reivindicam aumento na porcentagem paga e no número de entregas para não haver ociosidade nem redução da renda. A pauta nacional, salienta Gessé, não mobiliza a categoria, pois existe ampla adesão ao discurso da meritocracia, da liberdade e do desempenho individual, o que impossibilita aos trabalhadores uma organização coletiva. “Isso faz com que os trabalhadores não gostem de críticas à empresa, como se criticar a empresa fosse como falar mal deles mesmos”, pondera.
O discurso da liberdade por parte dos trabalhadores, exemplifica, está em afirmações como as de que eles fazem o próprio horário de trabalho e não dão satisfação a ninguém. A meritocracia se expressa, segundo Gessé, na crença de que os ganhos financeiros dependem do empenho de cada um. “Se eu trabalhar, eu ganho, se não trabalhar, não ganho”. Esse é o pensamento de grande parte dos entregadores no Espírito Santo”, diz.

Mais Lidas