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Centro de Referência da Juventude de Vitória vai completar dois anos fechado

Foi em outubro de 2017 que o Centro de Referência da Juventude (CRJ) fechou as portas para reforma, ampliação e adequação para melhorar a acessibilidade. Sendo um espaço estratégico na formação, inclusão e articulação dos jovens em Vitória, o Conselho Municipal de Cultura (Comjuv) cobra a reabertura do local, buscando reduzir a previsão apresentada pela prefeitura: julho de 2020.

Nesse período de fechamento, o CRJ deixou de ficar abrigado na Secretaria de Assistência Social e passou para a pasta dos Direitos Humanos, que conseguiu recurso para tocar o Centro Itinerante, realizando algumas atividades que aconteciam no espaço, localizado na Avenida Vitória, para bairros da cidade.

Crislayne Zeferina, presidente do Comjuv, considera que muitos não aprovaram a mudança, mas entende que a gestão pública não poderia deixar o CRJ sem acessibilidade para todos os jovens, especialmente aqueles cadeirantes. Ela também acredita que a itinerância ajudou a divulgar as políticas para juventudes. “O CRJ itinerante tem seus pontos positivos e os seus negativos, avalio que muitos jovens de comunidade periférica passaram a conhecer esse equipamento, que muitas vezes estava escondido entre uma avenida e outra”.

Foto: Facebook

Porém, o longo prazo de espera para o término da reforma e retorno das atividades preocupa os conselheiros. Criado em 2006, o CRJ virou um ponto de encontro e diálogo de juventudes de Vitória e também de outros municípios do entorno. Se o programa de itinerância realiza atividades pontuais, o Centro de Referência tinha estrutura permanente, aglutinando diversas atividades e grupos de jovens.

“O espaço físico pede outra dinâmica. É um equipamento muito importante, é interessante que a demanda das ações vem dos próprios jovens, não vem numa caixinha pronta. Isso é formidável”, diz o produtor cultural Stel Miranda, que aponta, no entanto, que nos anos de atividade o espaço não conseguiu uma maior participação das comunidades de seu entorno, embora envolva jovens de muitas outras comunidades da cidade e de outros lugares da região metropolitana.

O Comjuv já foi recebido pelo secretário municipal de Obras e Habitação, Sérgio Sá (PSB), também vice-prefeito de Vitória. Crislayne Zeferina considerou importante rever os prazos propostos. “O CRJ é um equipamento tão esperado pela juventude de Vitória desde quando fechou e não deram prazo correto de abertura. Muitos jovens que sonham com esses espaços estão desmotivados, mas é papel do conselho fiscalizar e fazer com que essa juventude volte a sonhar por um direito constitucional”, disse. 

O tempo de fechamento é ainda mais significativo se tratando de um espaço de juventudes, uma fase de rápidas mudanças e de construções que podem ser determinantes para o caráter, atuação cidadã e profissional. Stel Miranda entende que com o fechamento provisório as juventudes buscaram outros espaços. O CRJ deixou de ser um ponto de encontro de várias questões culturais e sociais dos jovens. “Quando voltar vai atingir outra galera. A juventude por si só não depende do aparelho público. Ela precisa dele, mas não depende. Então as coisas foram acontecendo sem o CRJ”, diz. 

A Casa da Juventude, em São Pedro, é outro espaço que funciona com dificuldades e que o Comjuv pretende acompanhar, fiscalizar e cobrar junto à Prefeitura de Vitória.

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