A Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) foi novamente alvo de críticas dos vereadores de Vila Velha. Na sessão da Câmara dessa terça-feira (24) eles voltaram a cobrar uma apuração minuciosa sobre a qualidade dos serviços prestados pela concessionária no município.
Segundo o vereador Joel Rangel (PSB), a Cesan já deixou faltar água no município 12 vezes somente este ano. Ele também fez outras críticas à empresa. “A começar pelo Programa de Despoluição dos Ecossistemas Litorâneos (Prodespol), em que foram investidos milhões em tubulações importadas da França que, na verdade, ligaram nada a lugar nenhum”, cobrou o vereador.
Rangel cobrou a revisão do contrato com a Cesan e classificou como inadmissível o não fornecimento de água tantas vezes este ano. Segundo ele, há muitas atuações da empresa que são duvidosas, que acabaram sendo esquecidas com o tempo, mas que devem ser resgatadas.
No caso Prodespol, Joel contou que anos depois da programa dar lugar ao Prodesan (Programa de Despoluição e Saneamento do Espírito Santo) e, mais recentemente, surgir o programa “Águas Limpas”, houve um aumento de 80% no valor das tarifas pagas pela população, sem que a qualidade de serviço acompanhasse esse acréscimo.
“A Câmara de Vila Velha tem poder para discutir esse assunto e a Cesan não pode se ausentar do debate, como fez a Rodosol. Queremos que Vila Velha tenha 100% de esgoto tratado e que os rios sejam limpos. E isso não é um favor, mas uma obrigação, pois pagamos muito caro pelos serviços de esgotamento sanitário”, apontou Rangel.
O vereador do PSB criticou ainda a péssima qualidade do asfalto utilizado na pavimentação de vias que passaram por obras da Cesan. “A empresa não tem zelado pelos reparos necessários para regularizar a situação dessas vias, que depois da conclusão das obras ficam cheias de irregularidades, afundamentos e buracos. A lei que criamos obrigada as empresas a efetuarem depósito de caução para garantir o ressarcimento de eventuais prejuízos provenientes de reparação mal realizada na pavimentação de ruas e calçadas, em razão de obras realizadas em vias públicas. Porém, na prática, as empresas insistem em descumprir essa lei”, afirmou Joel Rangel.
Escelsa
O vereador Duda da Barra (PR) direcionou suas críticas à Escelsa. Segundo ele, a insatisfação com a concessionária de energia e mesma da de água.
“A Escelsa está indo pelo mesmo caminho da Cesan: alto custo das tarifas e baixa qualidade dos serviços. A empresa nos cobra valores absurdos e tem deixado a desejar com falta de energia elétrica em vários pontos da cidade e da Grande Vitória. Toda a população perde com o desconforto, mas muitos trabalhadores sofrem grandes prejuízos com esses apagões, com perda de produtos e queda das vendas. E para avaliar se haverá ou não o ressarcimento do prejuízo dá o prazo de 90 dias. A conta do comerciante não espera para vencer”, lamentou Duda.