Alagamentos, fios expostos e descarte de resíduos são alguns dos questionamentos. Aluguel custa R$ 51,1 mil por mês
O estacionamento da sede do Laboratório Central de Vitória sofre com alagamentos decorrentes das chuvas registradas nos últimos dias, como afirmam trabalhadores do local. Entretanto, esse não é o único problema de infraestrutura do prédio, o que acreditam ser um contraste em relação ao valor do aluguel do imóvel, R$ 51,1 mil por mês, desde julho do ano passado.
O Laboratório Central funcionava no Pronto Atendimento da Praia do Suá, sendo transferido em outubro passado para o atual espaço, localizado na Avenida Reta da Penha, em Santa Lúcia. O contrato de locação foi firmado em 23 de julho, na gestão do ex-prefeito Luciano Rezende (Cidadania), somando ao todo 613,5 mil, como apontam informações do Diário oficial.
Os trabalhadores destacam que a água que adentra o estacionamento está atingindo locais como o encanamento de energia, sendo a ocorrência de um curto-circuito de grandes proporções um dos temores das pessoas que frequentam o prédio, uma vez que já ocorreu um, mas sem consequências graves.
Outro problema relatado é a grande quantidade de fios expostos, além da falta de extintores de incêndio e de saída de emergência. Os trabalhadores também apontam inadequações no descarte de resíduo, como sangue e urina. “Os resíduos deveriam ficar acondicionados temporariamente até o descarte, mas ficam expostos no estacionamento até que o caminhão venha recolher”, denunciam.
O prédio também tem outras inadequações, como a falta de tratamento adequado para o esgoto gerado e ausência de projeto hidrossanitário aprovado pela Vigilância Sanitária. “O interessante é que a justificativa para trazer o laboratório para este imóvel foi aumentar a capacidade de atendimento de pacientes no PA, o que não aconteceu, pois as salas do antigo laboratório continuam vazias”, afirmam.
Já foram feitas denúncias em alguns órgãos, como Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros, Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES) e Ministério Público (MPES), mas ainda sem providências.
Em setembro de 2020, quando o laboratório funcionava ainda no PA, os funcionários também denunciaram um surto de Covid-19, que causou 14 afastamentos. Somadas com outras 14 que estavam em trabalho domiciliar por pertencerem a grupos de risco, o Laboratório operava com metade do quadro, mas atendendo o mesmo volume de exames diários do registrado na pandemia da Covid-19.
‘Não constatou’
Procurada, a gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) informou que, “ após análise dos vídeos que circulam nas redes sociais, a equipe de manutenção predial não constatou inundação no estacionamento do subsolo do imóvel”. Segundo os técnicos, “o vídeo demonstra que ocorreu um transbordo do sistema de escoamento em decorrência das fortes chuvas na região de toda Grande Vitória, com índice pluviométrico muito acima do previsto para o período, conforme amplamente divulgado pela mídia”.
A Secretaria Municipal de Saúde de Vitória (Semus) ressalta ainda que “não houve descontinuidade dos serviços desempenhados no Laboratório, posto que todo o fluxo de atividades está no térreo e no andar superior do imóvel, e que a equipe de manutenção predial avalia continuamente o impacto das chuvas nos imóveis da rede municipal”.