No local, entre Vitória e Serra, são realizadas as obras do governo do Estado do novo trevo de Carapina
Um vídeo enviado por leitores mostra que, após o início das obras, o espaço para os ciclistas é estreito. Quem passa pelo local, também precisa enfrentar trechos cobertos por pedras e terra, causando instabilidade para quem está pedalando. “Eles estão fazendo os dois lados da ciclovia ao mesmo tempo. O certo seria começar de um lado primeiro e deixar o outro disponível para quem precisa usar o espaço”, relata o cicloativista Fernando Braga, integrante do movimento Ciclistas Urbanos Capixabas.
Fernando lembra que, diariamente, o trecho recebe um fluxo grande de pessoas nos horários de pico, principalmente de moradores que saem do município da Serra para trabalhar em Vitória. “Por lei, no caso de uma intervenção como essa, tem que garantir um espaço de circulação. Não pode simplesmente interditar e deixar as pessoas à própria sorte. É uma determinação legal a garantia do direito de circulação dos modos ativos”, enfatiza.
Heberton Raimundo de Sousa, integrante do coletivo Pedala Serra, passou pela ciclovia nesse domingo (22) e registrou uma série de problemas. “Se uma senhora passar por ali de bicicleta, é arriscado cair, se um senhor passar com uma carga na bicicleta, é perigoso cair. E é torcer pra não chover, se não fica intransitável”, conta.
No caso dos automóveis, o Estado anunciou que, durante a execução das obras, seriam mantidas sempre duas faixas da pista por sentido, mas Heberton relata que os ciclistas precisam disputar espaço com os maquinários presentes no local. “É uma falta de respeito com o usuário da via, tanto o pedestre quanto o ciclista. Priorizam o carro, como sempre, e deixam os outros sem opção para transitar”, destaca.
Para Heberton, enquanto a obra não fica pronta, “o certo seria reservar uma área com grade e telas para que os ciclistas tenham a segurança de transitar sem nenhum problema ou interferência com o maquinário e com os carros que passam por ali em alta velocidade”, finaliza
Obras
O trecho da antiga reta do aeroporto onde os ciclistas apontam problemas é a primeira etapa das obras do complexo viário Trevo de Carapina. O projeto do Governo do Estado tem um investimento de R$ 76,5 milhões e é apontado como uma das prioridades da gestão de Renato Casagrande (PSB) no eixo mobilidade.
Iniciada em maio de 2021, esta primeira etapa de execução tem previsão de realização em seis meses e corresponde ao trecho que vai da antiga reta do aeroporto até a divisa entre os municípios de Serra e Vitória. Além da ciclovia, serão implantadas três faixas por sentido, calçada, drenagem, paisagismo e iluminação.
A segunda parte da obra corresponde ao trecho que vai da Serra até o viaduto de acesso à Rodovia do Contorno. De acordo com o governo do Estado, a previsão é implantar quatro faixas de rolamento por sentido, além de uma faixa multiuso, utilizada para acesso às edificações e como baias de ônibus.
Na terceira e última fase, está prevista a construção de um viaduto para os novos acessos aos bairros Jardim Carapina e Eurico Salles.