Os ciclistas que já utilizaram o GV Bike Bus, na sua maioria, aprovaram o novo sistema de transporte para bicicletas de Vila Velha para Vitória e vice-versa. Entretanto, eles não abrem mão de pleitear uma ciclovia ou ciclofaixa na Terceira Ponte. “A iniciativa é boa e nós apoiamos, mas não exclui a necessidade de uma ciclovia ou ciclofaixa na Terceira Ponte”, disse Detinha Son, do Movimento Ciclistas Urbanos Capixabas (CUC).
O novo sistema também veio cheio de ajustes por fazer, lembrou a ciclista. De acordo com Detinha Son, o preço de R$ 1,25 por viagem é alto diante do valor pago pelos carros para fazer a mesma travessia: R$ 0,80.
Além disso, a localização dos pontos de ônibus subtraem a agilidade garantida pelas bicicletas no trânsito. No primeiro dia de funcionamento, por exemplo, do ponto de ônibus do GV Bike Bus, em Vila Velha, até a entrada da ponte (cerca de quatro quadras), alguns ciclistas levaram cerca de 20 minutos. Já o ponto do GV Bike Bus, em Vitória, situado na Praça da Ciência, enfrenta resistência de ciclistas devido ao trânsito parado que pode ser registrado nos horários de pico na saída da Terceira Ponte.
Os fiscais que acompanham o embarque e desembarque dos ônibus confirmam as reclamações, mas garantiram que o sistema vem suprindo as necessidades dos usuários até o momento. Eles lembraram que o sistema está no começo e que vem ouvindo muitas sugestões, entre elas, a alteração do ponto de ônibus de Vila Velha para perto do Shopping Praia da Costa – com objetivo de cortar o trânsito da Avenida Carioca, e de Vitória para a Praça do Papa ou Praça do Cauê, também rebatizada de Praça dos Ciclistas.
Nas primeiras viagens desta terça-feira (19), o número de bancos (5) também foi questionado pelos usuários. Com capacidade para transportar 17 bicicletas, o número de assentos (5) deixa em desvantagem quem vem de longe para atravessar a Terceira Ponte e pretende esticar a perna enquanto está preso no trânsito.
Os ciclistas também cobraram uma rampa de acesso ao ônibus. Eles garantem que os degraus são muito altos para que pessoas de mais idade carreguem sua bicicleta para dentro do ônibus. As bicicletas com cargueiros, muito utilizada por quem usa a bicicleta para trabalhar também não se adapta a forma de fixação das bikes no ônibus, lembrou um membro do CUC.
Durante as viagens, os ciclistas geralmente ressaltam o fato de o sistema estar no começo, mas que aguardam que as sugestões sejam ouvidas pela administração pública e pela Ceturb, assim como as reivindicações dos ciclistas pela implantação de uma ciclovia ou ciclofaixa na Terceira Ponte.
Para eles, a criação de um sistema cicloviário na Terceira Ponte não inviabilizará o novo sistema, visto que o mesmo já mostrou ter diversos usos, como para o lazer e turismo, por exemplo.