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Ciclovia na Terceira Ponte: ‘Não é necessidade, é um direito’, diz autor de projeto

Ao apresentar o projeto de sua autoria de instalação de uma ciclovia na Terceira Ponte na Tribuna Livre de quarta-feira (14), na Câmara de Vila Velha, o arquiteto e urbanista Heliomar Venâncio destacou três pontos: o esgotamento viário da ponte, a bicicleta como alternativa modal para a mobilidade, e a prevenção de tentativas de suicídio no local, tema que provocou grandes discussões em Vitória especialmente este ano. A apresentação foi a convite do vereador Ricardo Chiabai (PPS).
 
O projeto Ciclo-Vida é uma tentativa de solucionar esses três problemas. Com escritório vizinho à Terceira Ponte, Venâncio tem uma década de contato diário com os engarrafamentos no local. Reuniu, então, os seis arquitetos do escritório para engendrar o que chama de “projeto conceitual, primeira ideia” depois de pesquisas a outras cidades e projetos.
 
O arquiteto iniciou a exposição resgatando a construção da Terceira Ponte e destacando que o projeto foi programado para receber 12 mil veículos por dia, mas, hoje, quase três décadas após a inauguração, a ponte recebe 70 mil veículos por dia. No entanto, para Venâncio, ampliar a capacidade viária da ponte seria inócuo: ele evoca a equação de que abrir estrada significa atrair mais carros.   
 
“Ela está pequena hoje para o tráfego de veículos, mas se você aumentar a caixa dela, dobrar o tamanho, daqui a pouco ela não vai dar conta, porque quanto mais vias você fizer, mais veículos serão colocados na rua. Isso é uma experiência que a gente tem aqui perto, em São Paulo. Lá tem viaduto, ponte, túnel. A engenharia de tráfego deles não sabe mais o que fazer”, disse. 
 
“Qual a solução disso, que mundo afora a gente tem visto? A mudança de modal, ou seja, o meio de transporte. A gente não quer acabar com os carros, mas criar alternativas que diminuam essa pressão, não só na ponte, como em outras vias”. Nesse sentido, Venâncio aponta as ciclovias como a solução mais imediata. Daí, elencou os benefícios da bicicleta em relação ao transporte individual motorizado: ocupa o espaço de seis bicicletas nas vias, maior consumo de energia, proporciona saúde e mais produtividade no trabalho, entre outras vantagens. Enfim, é menos um carro na rua.
 
Venâncio concluiu essa parte destacando que a demanda por ciclovia na ponte ultrapassa a mera necessidade. “Não é só necessidade, mas um direito que a pessoa tem de trabalhar pilotando sua bicicleta”.
 
O projeto Ciclo-Vida acopla estruturas metálicas de aço galvanizado a fogo nas laterais da ponte, com fechamento transparente de policarbonato (“muito mais resistente que o vidro”). As vias são em sentido único, com dois metros de largura, protegidas da pista de rolamento por mureta e gradil. O fechamento externo tem 3,10 metros de altura e pequenos furos para passagem de ventilação. É essa estrutura alta e robusta, que impede escaladas, que poderia frear as tentativas de suicídio no local, uma situação “dramática”, segundo Venâncio. 
 
“A ideia é plantar uma semente. Pode ser que existam ideias para melhorar. Hoje é o primeiro passo”, finalizou.

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