Projeto mapeia árvores frutíferas, estimula colheitas urbanas e cozinhas experimentais coletivas nos bairros
O mapa online que dá origem ao projeto está sendo feito utilizando uma plataforma já usada internacionalmente para esse tipo de registro, a Falling Fruit, que traz como slogan ‘Map the urban harvest’ (Mapear a colheita urbana). A proposta das cozinhas é compartilhar alimentos entre as pessoas que passam pelo local.
O projeto parte dos conceitos de arte social e práticas comunitárias, que vêm sendo trabalhados há anos por Piatan Lube em suas obras. “Esse projeto enriquece a maneira de perceber a cidade, alonga a área de atuação dos artistas, se propõe como construção de uma ação comunitária coletiva e colaborativa. Eu sozinho não consigo realizar, então a gente vai envolvendo, criando ferramentas para a colaboração”, diz Piatan Lube. Para ele, além dos questionamentos, o projeto apresenta solução, uma linha de condução para uma cidade viva, que compartilhe farturas e felicidades.
O projeto é realizado com recursos do Fundo Estadual de Cultura (Funcultura), por meio de seleção no edital de Artes Visuais da Secretaria de Cultura do Espírito Santo (Secult), contando também com apoio da Secretaria de Esporte, Turismo e Cultura de Viana (Semect) e do Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Viana (Ifes Viana).
Do Museu para as ruas e praças
O embrião do projeto está numa experiência realizada por Piatan Lube em 2013 chamada Tabebuias Cozinhas Experimentais, que resultou em uma instalação no Museu de Arte do Espírito Santo (MAES) no qual frutas colhidas eram levadas para o local, fazendo com que a exposição fosse uma cozinha experimental.
“A ideia inicial era realizar o plantio de árvores frutíferas na cidade, como uma intervenção urbana que a transformaria. Mas houve impedimentos por parte da prefeitura, alegando que plantar frutas poderia ocasionar alguns acidentes e a prefeitura poderia ser responsabilizada”, diz.
Por isso, a solução foi mapear árvores já existentes, algo que ganhou novo impulso anos depois com o Cidades Comestíveis, que tem início em Viana, mas com potencial de se expandir para outros municípios.
Piatan considera que o novo projeto permite aumentar o mapeamento, ampliar a pesquisa e também possibilitar que as cozinhas espontâneas se deem para além do espaço do museu para agora ganhar as ruas e praças.
Calendário
O Cidades Comestíveis fez sua primeira atividade no dia cinco de março em Marcílio de Noronha. Na semana seguinte, Em seguida, passou pelo bairro Primavera e, na última sexta-feira (18), no bairro Universal, onde envolveu os estudantes da escola local. As próximas estações serão em Canaã, (dia 25) e a pracinha do posto de Saúde de Viana Sede, no dia dois de abril.
Participação em cinco passos
Veja as dicas do Cidades Comestíveis para estimular a participação no projeto:
Primeiro: Passeie pelo seu bairro, de preferência a pé, e comece a observar as árvores que compõem sua cidade: banana, acerola, cacau, abacate, manga, jaca, seriguela, cajá, araçá, goiaba, entre tantas. Vá descobrindo as frutas de sua rua e do seu entorno. Uma dica é pesquisar aqui: https://www.frutiferas.com.br/nativas-brasileiras.
Segundo: Entre no Failling Fruit, faça seu cadastro, é simples e fácil. O site https://piatanlube.wixsite.com/website tem em seu cabeçalho um item explicando passo a passo de como marcar as árvores que você achou.
Terceiro: Acompanhe a agenda das cozinhas espontâneas por mídias sociais no Instagram @cidades.comestiveis e pelo website https://piatanlube.wixsite.com/website.
Quarto: Faça sua colheita e compartilhe.
Quinto: Guarde as sementes e replante na cidade, assim, semente por semente, plantinha por plantinha, deixaremos nossa cidade viva e repleta de alimentos para que possamos sempre colher e compartilhar.