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Cidades precisam de planejamento para reduzir impactos dos desastres

O diretor-executivo do Escritório Regional para América Latina e Caribe (ONU-Habitat), Joan Clos, deu uma entrevista para a Revista O Globo, em que faz uma análise dos cuidados que as cidades devem ter com a prevenção a desastres naturais, principalmente a enchentes. A análise do médico especializado em saúde pública se aplica ao momento atual do Espírito Santo, castigado por mais de uma semana de chuvas ininterruptas que devastaram boa parte da Grande Vitória e do interior. 
 
Joan Clos foi prefeito de Barcelona depois das Olimpíadas de 1992 e atualmente comanda o braço da Organização das Nações Unidas (ONU) responsável pelos assuntos das grandes cidades. O especialista salientou que a avaliação de risco para inundações é muito difícil, assim como para outros desastres naturais. 
 
Ele ressaltou que enchentes e inundações afetam milhares de pessoas todos os anos, com perdas de vidas. Antes de qualquer coisa, segundo ele, é preciso investir em infraestrutura para prevenir os riscos. Um sistema de drenagem é um componente básico de prevenção que nem todas as cidades têm, como pontuou o especialista. Ao contrário, para ele, faltam bons sistemas de drenagem na maioria das cidades com problemas com enchentes. 
 
O especialista acrescentou que a preparação contra o risco de todos os desastres naturais é problemática devido aos altos custos associados a este trabalho. Ele acredita que muitas autoridades estão divididas sobre como gastar dinheiro em algo que pode nunca ocorrer. 
 
No entanto, o custo de preparação é infinitamente menor do que o de recuperação após o desastre natural, por isso, é importante um bom planejamento urbano. Segundo Clos à revista, a preparação para desastres e a capacidade da população de se adaptar após um momento de adversidade são aspectos importantes do planejamento de áreas que já sofreram desastres consideráveis.

Ele ressalta, ainda, a importância de reunir especialistas de alto nível, representantes dos governos nacionais e locais, organizações não-governamentais, institutos, fundações e indústrias para atingir as metas de redução da perda de vidas e bens.  

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