Ideia é promover um turismo que contemple as comunidades tradicionais e periféricas
O Coletivo de Negras e Negros do Instituto Federal do Estado (Ifes), Campus Vitória (Connifes), vai criar uma associação de turismo étnico e comunitário no Espírito Santo. O intuito é promover um turismo que valorize as comunidades tradicionais e regiões periféricas, despertando uma nova perspectiva para quem chega ao Estado.
“O turismo atual é elitizado e não contempla as comunidades tradicionais, dos morros e das periferias”, destaca Adriana Silva, coordenadora do coletivo e do Fórum Nacional de Mulheres Negras.
A associação irá atuar na formação de guias e gestores de turismo sobre o tema, e também quer reunir empreendedores negros e de comunidades tradicionais. “Não temos o objetivo de só ter o associado, mas que esse associado também seja empreendedor nessa área do turismo”, destaca.
Com a associação criada, também ficam consolidadas as condições para reforçar a reivindicação de políticas públicas, explica Adriana. “Nós poderemos participar dos conselhos de turismo e estar dentro desses espaços que discutem as políticas públicas, para que possamos defender o turismo étnico, e o próprio racismo, que também atua no turismo”, aponta.
Além de promover uma modalidade de turismo que combata essa elitização, a associação também tem a expectativa de desenvolver a situação econômica das comunidades tradicionais. “O turista poderá vivenciar um momento diferenciado do que está acostumado e, ao mesmo tempo, gerar renda para as comunidades”, enfatiza.
A proposta da associação é debatida neste sábado (19), no I Encontro de Estudantes de Turismo do Ifes. Realizado no Museu Capixaba do Negro (Mucane), o evento conta com a presença de representantes de comunidades indígenas e quilombolas, bem como especialistas em turismo.