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Grupo pede participação da sociedade civil em planos de mobilidade

Coletivo Pedalamente lançou consulta online sobre novas ciclorrotas em Vitória

Grupo ligado ao debate e ação sobre mobilidade urbana, o Coletivo Pedalamente lançou um questionário online para coletar opiniões da sociedade civil que possam orientar proposta de implementação de novas ciclorrotas em Vitória.

No questionário, avalia-se a constância e forma de uso ou de intenção de uso dos ciclistas ou pretensos usuários de bicicletas, as maiores dificuldades enfrentadas para o uso deste meio de transporte, e as sugestões de trajetos ou outras que a pessoa deseje adicionar. “Com base nas opiniões e nas experiências dos usuários, é de interesse do coletivo levar as informações ao poder público, a fim de apresentar as necessidades dos ciclistas que pedalam em Vitória/ES”, diz o formulário

A iniciativa vem em resposta ao anúncio da Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) de que criou um Grupo de Trabalho entre secretarias e autarquias para “pensar formas alternativas de circulação, principalmente, para ciclistas e pedestres, a serem implantadas após o período de isolamento social”.

O Coletivo Pedalamente considerou positivas as notícias sobre a articulação intra-governamental e a notícia recente de que o bairro de Goiabeiras teve a implantação de 500 metros de ciclorrota dentro do programa de Zona de Velocidade Segura (Zona 30), em que a velocidade máxima é de 30 km/h e a via é compartilhada entre bicicletas e automóveis. O plano da PMV é expandir o projeto para os bairros Jardim Camburi, Mata da Praia, Bairro República, Jardim da Penha, Praia do Canto, Bento Ferreira, Ilha de Santa Maria, Forte São João, Redenção, Nova Palestina e Itararé.

Um dos questionamentos dos ativistas de mobilidade urbana, porém, é sobre a falta de representação da sociedade civil na elaboração dos planos para a rede cicloviária da cidade. “O que entendemos ser um erro grave, pois afinal, quem transita pela cidade à pé, de bicicleta ou de ônibus não está nos gabinetes da PMV. É necessário um intenso diálogo com a sociedade que realmente faz o uso dessa ciclo estrutura”, alegou o grupo em publicação em suas redes sociais.

Renan Ferber, um dos integrantes do coletivo, aponta a necessidade de democratização e melhor distribuição das ciclorrotas e das estruturas de mobilidade, que costumam ter maior ênfase de implantação em bairros já privilegiados. Para ele, por vezes o poder público joga a rota cicloviária para uma avenida muito perigosa ou um caminho fora de mão, o que afeta seu uso. “Por isso é importante que os usuários de bicicleta sejam ouvidos”, pontua.

“É preciso discutir também não só sobre as ciclorrotas, mas sobre as ciclovias, que possuem segregação física na pista para garantir a segurança, o que é importante em vias mais rápidas. Mas mesmo assim, o mais importante é a questão da educação no trânsito, que deve vir em primeiro lugar. Mesmo sem grande estrutura, se os motoristas respeitam as distâncias e velocidades, já melhora muito para os ciclistas. Às vezes os governos ficam querendo investir em grandes estruturas para ficar bonitas e gerar repercussão, mas que podem não ter uma efetividade real”, aponta Renan Ferber.

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