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Coletivo questiona prefeitura de Vitória sobre implantação de ciclorrotas

Em nota, Coletivo Pedalamente criticou falta de participação popular e apresentou proposta de trajetos

“Historicamente, a sociedade civil é mobilizada e acionada apenas em período eleitoral. Ao passar esse momento, nossas opiniões e participação são esquecidas”. Essa é uma das frases da Nota Pública sobre a Implementação de Ciclorrotas de Vitória/ES, publicada pelo Coletivo Pedalamente, dedicado à mobilidade urbana na cidade, sobretudo questões que envolvem os ciclistas.

Há meses o Pedalamente vem questionando a postura da Prefeitura de Vitória, por instituir um grupo de trabalho no final de maio para discutir novas opções de circulação na cidade após a pandemia do novo coronavírus, sem incluir, porém, representantes da sociedade civil.

“Entendemos essa conduta como um erro grave, pois afinal, quem transita pela cidade à pé, de bicicleta ou de ônibus, não está nos gabinetes da PMV. Além disso, foge às diretrizes estabelecidas pelas legislações a nível nacional, hoje vigentes: Estatuto da Cidade e Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), que preconizam a necessidade de se abrir um amplo diálogo com os agentes sociais que realmente fazem o uso dessa ciclo estrutura, para que as demandas deste público sejam efetivamente atendidas”, aponta a nota pública.

O documento vem depois que o coletivo protocolou há quase duas semanas uma proposta de consolidação de duas ciclorrotas que passam pelos bairros Joana D’arc, São Cristovão e Tabuazeiro, sem obter qualquer retorno até o momento. Uma das críticas é justamente às implementações das ciclorrotas, assim como outros projetos de mobilidade na cidade, por se concentrarem em bairros “centralizados” como Jardim Camburi, Jardim da Penha, Mata da Praia e Praia do Canto, com exceção de alguns projetos na região da Grande São Pedro, considerado como território periférico. A primeira de uma série de ciclorrotas propostas pela PMV, foi implantada no início de junho na Rua Desembargador Cassiano Castelo, em Goiabeiras.

Setran/PMV

“Muito nos entristece perceber que a Prefeitura não olha para todos os bairros de maneira minimamente paritária, como se houvessem territórios com mais importância do que outros e, por isso, recebem investimentos não somente em mobilidade urbana, mas também em educação, saúde, segurança, e etc. Por isso, exigimos que o poder público atue efetivamente nas regiões que econômica e socialmente são preteridas em suas políticas de governo”, aponta o coletivo.

O Pedalamente considera “trágico” o resumo das ações da PMV após 4 meses de pandemia “ao se considerar cronologicamente a formação de um grupo de trabalho, a elaboração de projetos sem participação popular e sem divulgação destes, e a execução lenta de ações ínfimas que não se baseiam nem em escuta da população e estudos complexos da região, nem em legislação alguma sobre o tema”.

Para reunir elementos para apresentar propostas sobre mobilidade, foi feita uma pesquisa pelo coletivo que reuniu 171 respostas de ciclistas sobre o uso da bicicleta e as principais dificuldades encontradas para a mobilidade em Vitória. O resultado está disponível aqui.

Mortes continuam

No último dia 21 de julho, o Coletivo Pedalamente também se manifestou sobre mais uma morte de ciclista na cidade de Vitória. Às 5h40, o ciclista e cinegrafista Ricardo Duque foi atingido por um automóvel e veio a óbito. O motorista prestou socorro e fez teste de bafômetro que apontou grau etílico de 0,10mg/l, sendo que apenas a partir do grau de 0,34mg/l configura-se como crime. Depois de prestar depoimento, foi liberado.

O coletivo apontou a responsabilidade do poder público municipal e estadual pelas morte de ciclistas que ocorrem todos os anos. “São eles que se omitem e assistem calados a essas ocorrências, não saem de suas zonas de conforto e reduzem a velocidade da cidade, não educam a população motorizada de que o lugar da bicicleta é não só nas ciclo estruturas, como nas ruas também. O Código de Trânsito Brasileiro não foi criado para enfeitar prateleiras”.

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