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Com alterações, Centro de Eventos é aprovado no Conselho do PDU

O evento teatral e de mera formalidade em que se transformaram as audiências públicas felizmente não se verificou nas que este ano apresentaram o Centro de Eventos de Vitória (CEV) aos moradores da capital. Nessa quarta-feira (1), o Conselho Municipal do Plano Diretor Urbano de Vitória (CMPDU) aprovou o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) do empreendimento, que será erguido no sítio aeroportuário, com alterações em relação ao projeto original. 
 
“Foi uma vitória da comunidade, pela forma com que os moradores conseguiram impedir a aprovação do EIV da forma como ele foi apresentado. A comunidade também fez com que as audiências públicas tivessem validade”, diz Sandoval Zigoni, presidente da Associação de Moradores de Mata da Praia (AMPP).
 
Se dependesse da Prefeitura de Vitória, o centro de eventos teria uma arena para shows com capacidade para sete mil pessoas, seria amparado em estudos de simulação de tráfego que as comunidades avaliaram como desatualizados, e implantado sem o acompanhamento de intervenções viárias para beneficiar os bairros sob impacto direto do CEV – Mata da Praia, Bairro República e Morada de Camburi.
 
Empreendimento que nascerá numa área de 100 mil metros quadrados, porém com área total de 45 mil metros quadrados, o Centro de Eventos de Vitória, vê-se, é obra de envergadura. Terá capacidade para atender 14 mil pessoas em uma estrutura de espaços multifuncionais para a realização de shows, congressos e seminários, com 1.691 vagas de estacionamento. Haverá ainda restaurante e área para feiras e exposições. 
 
Obviamente, as comunidades do entorno temeram os impactos de uma obra desse porte: maior circulação de pessoas e, portanto, incremento do tráfego veicular em bairros de ruas com traçado estreito e de perfil residencial e que já registram trânsito intenso. 
 
Nos dois encontros com o poder público, nos dias 21 de maio e, por pressão dos moradores, 21 de junho, a sociedade civil manifestou vigorosa e cristalinamente tais preocupações. O processo de implantação do CEV já se envolvera em sombras desde que em dezembro de 2013, portanto quase seis meses antes das audiências, o Diário Oficial anunciava a empresa Andrade Vallafares Engenharia e Construção Ltda como vencedora do certame para construção do centro, com prazo de execução de 720 dias. 
 
Parceiro na instalação do empreendimento, foi o governo do Estado que primeiro cedeu para negociar com as comunidades. Só depois o poder municipal resolveu assumir conduta semelhante. Assim que, finalmente, meses após duas fervilhantes audiências públicas, os moradores conseguiram emplacar suas reivindicações.
 
Em primeiro lugar, o governo estadual modificou o projeto arquitetônico do CEV, para inclusão de um auditório para 1,2 mil pessoas em substituição à arena multiuso. Zigoni diz que a Prefeitura acatou a sugestão da comunidade da via interna margeando a Avenida Adalberto Simão Nader, prometendo estudar a implantação através de um estudo de viabilidade. “Esse estudo deverá ser apresentado previamente à apresentação, pelo governo do Estado, do projeto do auditório ao CMPDU”, afirma. Também a pedido das comunidades, as pesquisas de simulação de tráfego serão atualizadas. 
 
Os moradores também solicitaram clareza sobre a que poder – estadual ou municipal – compete as obras das grandes intervenções viárias para absorver o fluxo: um elevado no encontro das avenidas Fernando Ferrari e Adalberto Simão Nader e um mergulhão no das Adalberto Simão Nader e Dante Michelini.
 
Zigoni também destaca a conquista de uma reivindicação da maior importância. Um dos maiores medos dos moradores era de que o centro de eventos fosse concluído sem o acompanhamento simultâneo das intervenções viárias. Agora, enquanto tais obras não saírem do papel, Prefeitura e governo se comprometeram a gerir a futura meca do turismo de negócios capixaba de forma a não impactar a capacidade viária atual.

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