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Com medo de denúncias, engenheiro da Petrobrás transfere permissão para defensor

Acuado pelas denúncias de irregularidades no serviço de táxi de Vitória, um engenheiro da Petrobrás resolveu abrir mão da permissão que administrava e transferi-la para um defensor. O táxi 0048 estava registrado em nome da esposa dele, Mônica Pimentel de Covas Santos, que depôs na sessão desta segunda-feira (11) da CPI dos Táxis, na Câmara de Vitória. A renda bruta mensal do táxi chega a R$ 6 mil, disse o antigo defensor do casal e agora permissionário, Silvio Gomes,
 
Um caso clássico de uso da esposa como “laranja”, como tantos no serviço de táxi da capital capixaba. Mônica disse que praticamente não dirigiu o táxi. Até tentou algumas vezes, mas, por medo, desistiu. 
 
Mônica afirmou que as recentes denúncias de fraudes no serviço de táxi de Vitória determinaram a decisão pela transferência. Permissionária desde 2006, ela só soube recentemente que a legislação municipal exige que o permissionário trabalhe no veículo. Ela admitiu ainda que, hoje, com filha para criar, não teria condições de dirigir táxi.
 
A permissão foi adquirida por venda. À época, a prática, segundo ela, era permitida. Ela não soube dizer o valor da transação. Silvio Gomes trabalhou para o casal em regime de comissão, em que recebia 50% da renda líquida do dia. Mônica entrou na Prefeitura de Vitória com solicitação de transferência da permissão há apenas dois meses. Segundo ela, só recentemente a solicitação foi acatada.
 
Defensor do veículo por oito anos, Silvio disse que não pagou pela transferência. Seu único compromisso com o casal é o pagamento de um carro novo. O carro trabalho no ponto do Centro da Praia, na Praia do Canto. Silvio depôs espontaneamente. 
 
A comissão também ouviu Alexandrina de Almeida, permissionária da placa 0149, que opera no ponto do Aeroporto de Vitória. O marido dela, um comerciário, é permissionário da placa 0221.
 
Ela disse que não dirige o táxi há 30 dias por problemas de saúde, mas não avisou à prefeitura, mas costumava dirigir pela manhã. Apesar disso, não soube dizer o modelo do carro, nem o sobrenome de seus defendores. O regime de trabalho fixado é de comissão, em que a permissionária ganha 60% do lucro líquido do dia. Por mês, segundo a permissionária, o lucro líquido atinge R$ 3,9 mil em média. 
 
Alexandrina disse que adquiriu a permissão por transferência do antigo permissionário, que, segundo ela, não cobrou pela operação. Disse que conhecia a família dele, para quem já prestou favores. Segundo ela, o então dono da placa corria o risco de perder a permissão por não estar em condição de trocar o veículo em situação precária. A comissão dispensou a depoente, que apresentou problema de saúde.
 
Os vereadores também ouviram Wildson de Lima Ribeiro, Luiz Felipe de Souza e José Luiz Módolo, servidores da Controladoria-Geral do Município que participaram de uma auditoria que investigou denúncias de fraude nas permissões de táxi de Vitória. Os três indicaram que é frágil o trabalho de fiscalização da Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana (Setran) recomendaram melhorias, como treinamento dos recursos humanos e melhor e aperfeiçoamento do sistema de controle interno.

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