As promessas de construção da escola e posto de saúde e de cascalhamento das estradas da região – que inclui outros distritos próximos, como Guararema e Cedrolândia – ajudaram a reelegê-lo, porém, na prática, nada mudou.
As estradas estão intransitáveis, relatam os moradores ouvidos por Século Diário e que publicam suas reclamações nas redes sociais. Já a unidade escolar – Escola Municipal Comunitária Rural (EMCOR) de Água Limpa, do pré ao nono ano – não comporta com dignidade os cerca de 100 alunos. E o posto de saúde não oferece condições mínimas de atendimento, não contando sequer com uma maca na sala da enfermeira, ostentando paredes rachadas e descascadas e um baixo telhado de Eternit, que torna o ambiente insalubre.
A escola tem dois terrenos comprados e um início de obra, da gestão anterior, abandonada pela atual, segundo os moradores, devido a problemas na Justiça. O resultado é o confinamento de alunos e professores em um ambiente desfavorável ao aprendizado.
Para o posto de saúde também há um terreno comprado e a verba para a construção chegou a ser disponibilizada para o município, mas o prazo venceu e nada foi feito.
A promessa de cascalhamento periódico das estradas, principalmente as que servem ao transporte escolar, virou poeira e lama. “Quando chove, o ônibus escolar não passa e as crianças perdem aula”, conta Marina Baessa Machado da Silva, professora aposentada e moradora local.
Discriminação
“É isso e muito mais”, acrescenta a trabalhadora rural Denilda Machado da Silva. “E não só aqui, todo o interior de Nova Venécia está abandonado pelo prefeito. Não é questão de falta de cobrança nem de conhecimento dele, é de abandono mesmo”, nomeia.
Nas redes sociais e nas ruas do distrito, o assunto corre a boca miúda. “Todo mundo está reclamando disso. O povo está tão desanimado, que não está nem comprando as coisas, movimentando o comércio direito”, alerta Marina.
Água Limpa tem cerca de 450 habitantes e é importante produtora rural, com uma agricultura familiar voltada principalmente para o café e a pimenta-do-reino, além de pecuária de leite. “Geramos muitos impostos para o município, as famílias são muitos produtivas, o povo é muito cuidadoso”, testemunha a professora aposentada.
Água não limpa
O nome é oriundo do córrego que nasce na comunidade e a atravessa, desaguando no rio Muniz, afluente do Cricaré, que corta a cidade e deságua no litoral de Conceição da Barra. O córrego, no entanto, não é mais limpo. Apesar das fossas instaladas nas residências, há despejo de agrotóxicos e de esgoto e lixo pelos ribeirinhos. Mais uma demanda. Mais uma promessa de campanha?