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Comunidade pressiona governo para preservar Casarão

Das 119 propostas enviadas pela internet por moradores da Grande Vitória para integrar o planejamento do Orçamento Participativo do governo do Estado de 2014, pelo menos uma é recorrente: a população quer a criação do Parque Sítio Casarão, no balneário de Carapebus, Serra. Ignorado há anos pelo poder público, o Casarão corre o risco de virar um empreendimento imobiliário. 
 
Conhecido no Estado por lendas que vão desde um dono obcecado por segurança a um esconderijo nazista, o Casarão possui 54 cômodos, passagem secreta, piso falso, portinholas com visão de 180º, guarita reforçada e elevador com dois acessos para desembarque simultâneo em ambientes diferentes. Sua preservação é prevista no Plano Diretor Municipal (PDM) da Serra. Contraditoriamente, a mesma área é atualmente propriedade da construtora MRV, que pretende construir um condomínio residencial no local.  
 
A expectativa, com o envio da proposta ao governo, é que desta vez a preservação do espaço seja garantida. Até o momento, apenas uma decisão do Ministério Público Estadual (MPES) e a forte mobilização de entidades da sociedade civil impedem a demolição do Casarão, que faz divisa com uma Área de Preservação Permanente (APP). 
 
O apelo pela garantia de preservação do espaço ganhou as redes sociais e o site do orçamento participativo do governo do Estado, em petições e abaixo-assinados – como é o caso do Avaaz.org, conhecido internacionalmente por divulgar petições de comunidades. Na petição divulgada pelo site, por exemplo, o apelo é pela preservação da área ameaçada pela pressão imobiliária. 
 
“O parque proposto seria o primeiro na Região Metropolitana da Grande Vitória, beneficiando mais de um milhão e 600 mil habitantes, oferecendo: museu vivo, atividades de interação social para os moradores, turistas, estudantes, pesquisadores, órgãos públicos sendo um centro de integração e interação com escotismo, polícia marítima, sede para ONGs que desejarem desenvolver projetos que promovam a sustentabilidade e a geração de renda, consolidando uma qualidade de vida que não existe na região”, diz a petição.
 
A petição denuncia ainda que o projeto de criação do parque já foi protocolado nas secretarias de Estado de Cultura, Meio Ambiente e Turismo, e apresentado ao vice-governador Givaldo Vieira (PT), ao Conselho Estadual de Cultura e ao Conselho de Cultura da Assembleia Legislativa. O Conselho Estadual, inclusive, chegou a encaminhar para a Prefeitura da Serra e para o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) uma recomendação para a preservação da área, tendo em vista o seu potencial e o interesse público manifestado. “O desenvolvimento social só ocorre quando existe investimentos voltados para a sociedade. Ajude-nos a despertar essa consciência em nossos gestores públicos e a salvarmos essa importante área para a população”, divulga a petição. 
 
A proposta entregue ao governo do Estado pelo Orçamento Participativo 2014 abrange ainda o apelo por mais áreas culturais. “Clamamos por nossos jovens e propomos investimentos na construção dos espaços culturais nos municípios que compõem a Região Metropolitana da Grande Vitória, pois acreditamos que a educação não formal é a melhor arma contra a violência e uma forte aliada da educação formal, tendo em vista que são processos formativos que promovem uma melhor convivência familiar, humana e trabalhista”, diz a proposta. 
 
Além das propostas enviadas pela internet, representantes dos 78 municípios do Estado também participaram das dez audiências realizadas para definir os investimentos para o próximo ano. Ao todo, 508 propostas. 
 
 
Assista ao vídeo sobre o Casarão:
 

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