Embora reconheça a importância do Centro de Eventos de Vitória para a economia da cidade, o presidente da Associação de Moradores de Mata da Praia (AMMP), Sandoval Zigoni, discorda do trâmite conferido ao processo de instalação do empreendimento. “Nós entendemos que há equívocos desde o início”, diz.
Para ele, o equívoco está na apresentação praticamente conjunta do Plano Específico de Ordenação das Formas de Uso e Ocupação do Solo da Zona de Equipamentos Especiais 1 (ZEE 1), ocorrido segunda-feira (19), e do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) do centro de eventos, no dia seguinte.
Lembrando as exigências do Plano Diretor Urbano (PDU) de Vitória, Sandoval diz que a apresentação do plano específico já deveria ter sido realizada, com uma posterior aprovação do zoneamento pelo Conselho Municipal do PDU.
Sandoval também lembra que o projeto arquitetônico do empreendimento não foi apresentado – o projeto existe e ele já requereu uma cópia. Aqui, Aqui, a principal preocupação é quanto à arena multiuso do centro de eventos, com capacidade para sete mil pessoas. Ele mais uma vez evoca o PDU ao apontar que a geração de poluição sonora e não foi apresentada. “Como será a arena? Coberta? E a acústica?”, questiona.
As comunidades – sobretudo da Mata da Praia, Bairro República e Morada de Camburi – esperam que as obras sejam entregues com as intervenções viárias anunciadas – um elevado entre as avenidas Fernando Ferrari e Adalberto Simão Nader e um mergulhão entre a Adalberto Simão Nader e a Dante Michelini.
“Só que o centro de eventos já está licitado, com prazo de construção de 720 dias. Mas a gente ainda não sabe nada quanto às intervenções viárias”, diz. O Diário Oficial de 27 de dezembro de 2013 registra Andrade Vallafares Engenharia e Construção Ltda como empresa vencedora do certame para construção do centro ao custo de R$ 98,3 milhões. O alerta de Sandoval aponta para outra grande preocupação das comunidades: o impacto sobre a circulação viária no interior de bairros de ruas estreitas e perfil residencial.
Sandoval explica que os moradores têm 10 dias para apresentar reivindicações junto á prefeitura. Ele também disse que a prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec), e o governo do Estado, via Secretaria de Turismo (Setur), propuseram a formação de uma comissão composta por representantes públicos e das associações de moradores para discutir as reivindicações das comunidades.
A composição ainda não foi definida. Mas a princípio, segundo Sandoval, ela será formada por representantes dos bairros Mata da Praia, Morada de Camburi e República, podendo, claro, receber integrantes de outros bairros da região.
A Sedec, por assessoria de imprensa, afirma que “está à disposição das associações de moradores para prestar esclarecimentos sobre o Estudo de Impacto de Vizinhança do Centro de Eventos de Vitória em assembleias a serem promovidas pelas entidades até o dia 30 de maio”. Informa ainda que no mesmo prazo os moradores podem consultar o documento na Gerência de Gestão Urbana (GGU).