A Ecorodovias, que faz parte da ECO 101, empresa que administra a BR 101 no Espírito Santo, é agora titular da concessão do trecho Norte do Rodoanel paulista, pelo que pagou R$ 883 milhões. A Ecorodovias é a maior acionista da ECO 101, através da EcoRodovias Concessões e Serviços S.A. (ECS).
O resultado do leilão foi anunciado nesta quarta-feira (10). A Ecorodovias venceu a oferta de R$ 517,8 milhões, da italiana Atlantia.
A Ecorodovias, com sua oferta de R$ 883 milhões, pagou um ágio de 90,97% em relação ao valor mínimo fixado pela outorga, de R$ 462,3 milhões, segundo a B3, que realizou o leilão.
A entrega da primeira parte do trecho Norte do Rodoanel ocorrerá no primeiro semestre e o restante, no segundo semestre, de acordo com o governo de São Paulo.
Com quatro trechos, o anel viário foi iniciado em 2002. Com a entrada em operação do trecho leiloado agora, o Rodoanel completará o trajeto no entorno da região metropolitana da capital.
O projeto compreende a concessão de cerca de 45 quilômetros do trecho por 30 anos. Os investimentos previstos a cargo da concessionária vencedora são calculados pelo governo paulista em R$ 600 milhões, além de um pouco mais de R$ 1 bilhão para a operação ao longo do contrato.
No Espírito Santo, a Ecorodovias, juntamente com os outros acionistas no consórcio ECO 101, é acusada de não cumprir o contrato de concessão, particularmente em relação à duplicação de parte da BR 101. Estreita e com tráfego intenso, são comuns os acidentes, muitos deles verdadeiras tragédias, pelo elevado número de mortes.
A EcoRodovias Concessões e Serviços S.A. (ECS) é titular de 58% das ações da ECO 101, que tinha também em seu quadro os consórcios Centauros Participações Ltda (formado por empresas capixabas), com 27,50% das ações, e o grupo gaúcho Grant Concessões e Participações Ltda, com 14,5% das ações. Até maio de 2017, a concessionária havia arrecadado um total de R$ 550 milhões, segundo a própria empresa, e R$ 800 milhões, aproximadamente, segundo observadores, como deputados que cobram dela obrigações.
Em dezembro passado, porém, os consórcios capixaba e gaúcho anunciaram que venderam suas ações. Foram considerados irresponsáveis por arrecadarem dinheiro com o pedágio, sem fazer sua parte na melhoria da rodovia.
O contrato que privatizou a BR-101 foi assinado em 2013. Já no ano seguinte, começou a cobrança de pedágio, com suscessivos reajustes, mesmo sem a contrapartida prevista.