Outrora a mais ativa comissão de investigação da Assembleia Legislativa, a CPI da Máfia dos Guinchos reapareceu, após quase três meses de inatividade. O Diário do Poder Legislativo desta sexta-feira (12) registra que a próxima sessão da CPI será já nesta segunda-feira (15), com a convocação do Gerente Operacional do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES), Cleber Bongestab.
O diário não registra, no entanto, o teor da oitiva. A última sessão ocorreu em 12 de dezembro, quando os deputados aprovaram pedido de prisão preventiva do dono do Central Park, pátio que abrigou o veículo de um oficial de justiça. Apreendido em uma blitz do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar em 2012 e levado para o pátio, o veículo foi retirado irregularmente do local e levado para a Bahia, com documentos e placas falsificados. O nome do proprietário não foi divulgado.
Entre os documentos recebidos, chama a atenção um ofício da 1ª Promotoria de Justiça Cível de Colatina, encaminhando cópia de relatório parcial e de recomendação notificatória produzidos em inquérito civil público referente ao contrato de concessão do estacionamento rotativo de Colatina com empresa Facom.
Instalada para investigar irregularidades no serviço de guinchamento de veículos, a CPI da Máfia dos Guinchos desestruturou uma trama tecida entre agentes públicos e donos de pátio para lesar o cidadão com a apreensão arbitrária de veículos. Expôs também a contratação, via duvidosos processos licitatórios, de serviços de pátio. Constrangeu ex-diretores do Detran-ES, donos de pátio, policiais militares e guardas municipais. Os serviços de estacionamento rotativo também entraram na mira da comissão.
Ano passado, as investigações passaram a abranger denúncias de irregularidades nos contratos de permissão de táxi na Grande Vitória e, em particular, uma licitação que concedeu novas placas de táxi em Vitória. A Prefeitura de Vitória passou maus bocados para explicar como um grupo de permissionários administrava uma verdadeira frota particular de táxis.
