A crise da segurança pública no Espírito Santo fez o capixaba tirar o carro da garagem. O resultado é óbvio: os engarrafamentos cresceram de forma expressiva nos horários de pico matutino e vespertino. O medo e a precarização do transporte público, que passou a funcionar em horário reduzido, fizeram o capixaba recorrer ao resguardo do transporte individual para cumprir suas atividades diárias com segurança.
Durante a semana, a reportagem percorreu alguns pontos de Vitória, Serra e Cariacica e constatou um fluxo mais intenso que o habitual.
Como sempre, o exemplo mais palpitante está na Terceira Ponte. Durante toda a semana, foi possível constatar que as filas de veículos como que dobraram o tamanho visto em dias normais. Na terça-feira (21), entre 18h e 19h, a fila de acesso à ponte pela Rua Clóvis Machado se esticava pela Avenida Nossa Senhora dos Navegantes para além do Hortomercado. A retenção também era longa no sentido contrário da avenida, de quem vinha do Shopping Vitória.
O fluxo seguia com lentidão. Retenções dessa envergadura acontecem normalmente quando há acidentes na ponte ou imediações, o que, no entanto, não havia. Estava claro: o excesso de carros era a causa de tamanho engarrafamento.
No início da noite de quarta-feira (22) o cenário se repetiu na Serra. Os veículos se acumulavam ao longo do trecho da BR-101 em Carapina, em direção a Vitória, e o tráfego seguia com bastante dificuldade até a entrada do acesso à Rodovia do Contorno. Na Reta do Aeroporto, o fluxo era intenso nos dois sentidos, porém mais lento em direção a Vitória.
Em Cariacica, por volta das 17h30, o trânsito se alongava pelos dois sentidos da Rodovia José Sette, mas estava parado na BR-202, no sentido Rodovia do Contorno. A rodovia se encontrava completamente tomada por carros, ônibus e caminhões. Assim com na Serra e em Vitória, o trânsito pedia muita paciência.