A mudança no itinerário dos protestos revela uma mudança no foco das manifestações, que passará a incluir o chefe do Executivo estadual, o governador Renato Casagrande. Durante a assembleia do movimento, realizada nessa terça-feira (16), ficou latente o descontentamento com a interferência do governo na votação do projeto que pretendia o fim da cobrança do pedágio na Terceira Ponte. Os manifestantes criticaram também a repressão policial à população, que não conseguiu entrar na Assembleia para acompanhar a votação do projeto, que acabou sendo derrubado na última segunda-feira (15).
Na página do evento nas redes sociais, os organizadores do protesto criticam as “incontáveis demonstrações de desrespeito” aos cidadãos capixabas nas últimas semanas. Eles citam a reunião do grupo de 15 deputados que faltou às sessões e se reuniu em um hotel de luxo na Capital capixaba para impedir a votação do projeto que zerava a cobrança do pedágio.
“Vamos mais uma vez às ruas mostrar que, diante de tamanha revolta, acordamos para a realidade e queremos, diante dos recentes ocorridos: o fim do pedágio; a não criminalização dos movimentos sociais; a desmilitarização da polícia; e o fim da corrupção”, diz a página, que já teve a confirmação da participação no protesto de 3,2 mil usuários até o fechamento desta reportagem.
Sobre a mudança no horário dos protestos, os organizadores alegam que o ato pela manhã tem o objetivo de pressionar as autoridades do Estado. Chama a atenção que, além da possibilidade de mudança na rotina do governador, que despacha no Anchieta, a passagem pelo Tribunal de Contas tem um caráter simbólico, uma vez que a instituição foi incumbida auditar o contrato da Rodosol com o governo do Estado.