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Deputado quer sanções para grupo capixaba que vendeu suas ações na ECO 101

Irresponsáveis. Foi desta forma que o deputado federal Evair de Melo (PV) se referiu às empresas que formam a Centaurus Participações S/A., que fazia parte da concessão da ECO 101. O consórcio vendeu suas ações esta semana e, junto com a  a gaúcha Grant Concessões, vão embolsar de R$ 46,6 milhões.
 
A saída das empresas capixabas do consórcio que administra a BR-101 foi uma atitude irresponsável. Por isso, as empresas devem sofrer sanções. Foi o que defendeu o deputado federal Evair de Melo (PV) nesta sexta-feira (29).
 
A EcoRodovias Concessões e Serviços S.A. (ECS), através da ECO 101, é a concessionária responsável pela administração do trecho da BR-101 no Espírito Santo. O contrato que privatizou a BR-101 foi assinado em 2013. Já no seguinte, começou a cobrança de pedágio. Até maio deste ano, a ECO 101 tinha arrecadado um total de R$ 550 milhões, segundo a própria empresa.
 
Desde esta quarta-feira (27) a EcoRodovias Concessões e Serviços S.A. (ECS) sofreu alteração em seu quadro de sócios. Deixaram  o consórcio as empresas da capixaba Centaurus Participações S/A. e ainda a gaúcha Grant Concessões. 
 
É sobre a saída do grupo que se refere o deputado Evair Melo. Ele afirma que o consórcio começou mal. “Tenho repetidas vezes argumentado que esse contrato não fica de pé e o rompimento dessas empresas é uma sinal de que a situação é muito ruim. Espero que as possíveis sanções futuras pelo atraso na duplicação do rodovia possam incluir essas empresas que deixaram o consórcio. Elas foram irresponsáveis”. 
 
O deputado é membro da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que fiscaliza a concessionária. Evair Melo assinala que sempre criticou a formação desse consórcio. O deputado promete que “agora, com essas nova composição societária, vamos continuar nosso trabalho fiscalizando e cobrando as melhorias tão aguardadas”.
 
O processo licitatório foi questionado na Justiça pela segunda colocada, o consórcio capixaba  Centaurus Participações S/A. Que, depois, acabou compondo e entrando com sócio na rodovia, que foi privatizada pelo governo federal.
 
Quem é quem
 
Faturaram os R$ 550 milhões na EcoRodovias Concessões e Serviços S.A. (ECS) com a exploração da BR-101 e dividiram a parte do bolo referente ao lucro a EcoRodovias Infraestrutura e Logística S.A., com 58% das ações, o consórcio Centauros Participações Ltda, com 27,50% das ações, e o  grupo gaúcho Grant Concessões e Participações Ltda, com 14,5% das ações.
 
As empresas capixabas da Centaurus Participações S/A eram de seis grupos empresarias. São: o Grupo Coimex, com a empresa exploradora Coimex Empreendimentos e Participações Ltda; a Tervap, pela Tervap Pitanga Mineração e Pavimentação Ltda;  Grupo Coimex e Tervap,  que ainda tinha a participação da empresa exploradora MMF Empreendimentos e Participações Ltda, também pertencente ao Grupo Incospal. 
 
Ainda fazem parte da Centaurus Participações S/A. a A. Madeira, pela A. Madeira Indústria e Comércio Ltda; Urbesa, pela empresa exploradora Urbesa Administração e Participações Ltda, do Grupo Araribóia Engenharia e Construtora; o Grupo Águia Branca, por meio da empresa Rio Novo Locações Ltda; e a Contek Engenharia, com a  empresa exploradora Contek Engenharia SA.
 
Estas empresas e o consorcio gaúcho venderam para a ECS 42% do capital social da ECO 101, até esta semana detidos pelos ex-sócios no negócio. E vão embolsar de R$ 46,6 milhões.
 
A ECO 101,  empresa do Grupo EcoRodovias, administra trecho de 475,9 quilômetros da BR-101 no Espírito Santo, passando por mais de 20 municípios, desde a divisa com o Rio de Janeiro até a Bahia.
 
Em julho deste ano, a  EcoRodovias informou que a duplicação da BR 101, prevista em contrato assinado em 2013, não seria realizada. Logo a seguir, começaram ações judiciais contra a empresa.
 
Rodovia com alto índice de acidentes, principalmente por não ser duplicada, a BR-101 deveria contar com mais 230 quilômetros duplicados até maio de 2019, como foi determinado no contrato original assinado em 2013.
 
A EcoRodovias Concessões e Serviços S.A. (ECS), através da ECO 101, fugiu de sua responsabilidade anunciando que não cumprirá o contrato nesta parte.  E busca novos favores do governo federal, propondo à  Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) ao invés de duplicar a rodovia, construir  terceiras faixas e duplicações em pequenos trechos. Até as vozes mais conservadoras do Espírito Santo denunciaram a rasteira que a empresa quer dar nos capixabas.

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