A Assembleia Legislativa aprovou, na sessão desta quarta-feira (9), o projeto do governo estadual que põe fim à implantação do BRT (vias exclusivas para ônibus) na Grande Vitória. O projeto altera a lei sancionada pelo próprio governador Paulo Hartung (PMDB), em 20 de dezembro de 2010, que autoriza o Executivo a contratar junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) operação de crédito de até R$ 530 milhões destinada à implantação do BRT.
O único voto contrário foi do deputado Sérgio Majeski (PSDB). O tucano criticou a falta de clareza do projeto e o trâmite açodado. “[O recurso] vai para um outro modal ou o governo vai usar como bem entender? Não está explícito como o governo vai usar esse recurso”, disse Majeski.
A intenção do governo Hartung, agora, é redirecionar o aporte contratado para realização de intervenções para aumentar a capacidade em gargalos viários metropolitanos importantes, implantação de corredores preferenciais à direita para priorizar a circulação do transporte coletivo, e, finalmente, investimentos para a utilização de bicicletas como um modal de transporte complementar e integrado.
O governo cita o alto custo do investimento e a crise econômica para justificar a reprogramação dos recursos. “Os recursos contratados não são suficientes para implantar o BRT, em razão do alto custo do investimento e da conjuntura financeira e econômica atual”, registra o texto. O projeto de vias exclusivas para ônibus começou a ser delineado pela gestão Renato Casagrande (PSB).
O retorno de Hartung ao governo, no entanto, significou um retorno à estaca zero das ações de mobilidade urbana na Grande Vitória. Em janeiro de 2015, o governo havia cancelado o edital do Sistema Aquaviário. Em fevereiro deste ano, o governo Hartung cancelou de uma só vez as licitações de implantação do BRT e de estudo para construção de ciclovia na Terceira Ponte, fechando uma espécie de ciclo de retrocesso.
