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Detran-ES não esvazia pátios e patrimônio do cidadão fica sem segurança

O desmantelamento do esquema de guinchamento arbitrário de veículos provocado pela CPI da Máfia dos Guinchos redefiniu a relação do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES) com os donos de pátio de estocagem de veículos. Todos foram descredenciados e o órgão ficou responsável por recolher os veículos e depositá-los no pátio oficial de Cariacica. Aqui a sessão desta segunda-feira (15) da CPI apontou um novo problema: o roubo de veículos e peças.
 
Os veículos ficam estocados sem segurança nos pátios. Por um lado, o pátio não é mais responsável pelo resguardo dos veículos. Por outro, o Detran-ES não consegue recolhê-los e, muito menos, dispensá-los com os leilões. O problema foi evidenciado durante a oitiva do gerente operacional do Detran-ES, Cleber Bongestab. Segundo ele, em 2017 foram realizados 14 leilões, que retiraram pouco mais de 700 veículos dos pátios. 
 
Número pouco expressivo: só o pátio do Central Park, em Campinho da Serra, na Serra, abriga há mais de três mil veículos, segundo Bongestab. Enquanto isso, o estado gasta cerca de R$ 17 mil mensais pelo aluguel do espaço. A intenção do Detran-ES é utilizar o pátio do Central Park para a realização de leilões e, assim, esvaziar os pátios do interior.  
 
Mais que isso, informou o servidor, a intenção do órgão era leiloar pelo menos 400 veículos mensalmente. Os números, no entanto, revelam que a expectativa foi frustrada: este ano foram leiloados apenas 100 veículos por mês. Bongestab atribuiu a meta baixa a uma recente resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determinando o cumprimento de uma série de procedimentos e normas para leiloar veículos. 
 
“Como esses contratos acabaram e o Detran-ES não tomou conta do patrimônio das pessoas? Todo esse patrimônio está a mão de bandidos locais”, criticou o presidente da comissão, Enivaldo dos Anjos (PSD). O deputado pediu ao servidor, cuja gerência abrange o setor de coordenação de pátios, para encaminhar quem são as pessoas físicas e jurídicas que adquiriram os veículos. Pediu também o encaminhamento de um relatório indicando os números de veículos servíveis e de sucatas.
 
A próxima reunião deve ouvir as chefias das guardas municipais sobre o critério de aplicação de multa por uso do celular ao volante.

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