As paneleiras de Goiabeiras e os proprietários do Babado Bar, mobilizados em apoio à reivindicação de custeio para participar de homenagem no desfile da Inocentes de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, na Marquês de Sapucaí, em 18 de fevereiro, debateram, na tarde desta terça-feira (7), em reunião do Conselho de Cultura de Vitória, a demanda cobrada da gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) para custear as passagens, alimentação e hospedagem do grupo. A negociação, porém, não avançou.
O secretário municipal de Cultura, Luciano Gagno, estava na reunião e, segundo o proprietário do Babado Bar, Lucas Martins da Silva, afirmou que a reivindicação está sendo encaminhada, mas não entrou em detalhes, nem ao menos estabelecendo prazos. Também disse que não vai se comprometer, que tenta uma parceria, e destacou que, para liberar dinheiro público, é preciso prestação de contas e um processo “burocrático”.
“Para evento de palco, arena, show, é fácil conseguir verba”, protesta Lucas. A falta de “decência” destacada por ele está no fato de que, após a reunião do Conselho, houve uma conversa por telefone com o secretário de Governo, Luciano Forrechi, que perguntou a data de ida e volta do Rio de Janeiro que as paneleiras propunham. Lucas, que as acompanhava, informou que a ida poderia ser na sexta-feira (17) à noite e o retorno na terça-feira (21) ou na segunda-feira (20). O secretário, então, falou que a partida seria na sexta-feira à noite e a volta no domingo à noite, mas não deu garantia de hospedagem e alimentação.
A paneleira Berenícia do Nascimento afirma que, primeiramente, foram oferecidos dois ônibus, mas depois foi informado pelo sambista capixaba Axel Fernandes, que representou a PMV em reunião com as paneleiras, que seria somente um, mas não foram dados mais detalhes. Por isso, elas contataram Luciano Forrechi, que pediu para procurarem um assessor do prefeito, com quem argumentaram que não se pode fazer homenagem para as paneleiras sem a presença no desfile.
A resposta obtida por elas, recorda, foi por meio da seguinte indagação: “mas a gente não homenageia até gente morta?”. “Respondi para ele que quando vieram nos apresentar a proposta da homenagem, estávamos vivas. Tem que ter respeito pelas paneleiras, pelo patrimônio nacional. Não é patrimônio só de Goiabeiras não, é patrimônio nacional. É dar a palavra e cumprir”, destaca Berenícia.