A Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Marcelo Santos (PDT), convocou o diretor-geral da Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo (ARSP), Julio Castiglioni, para discutir e esclarecer os meios de proteção a serem instalados em toda extensão da ponte. A reunião do colegiado será na próxima segunda-feira (18), às 10 horas, no Plenário Rui Barbosa.
Com a pressão popular por medidas contra o elevado número de suicídios na ponte, que aumenta a cada ano, a Rodosol e a ARSP chegaram a apresentar esboços de propostas para proteção, anunciando, inclusive, um estudo técnico sobre a instalação de estruturas de vidro em volta da ponte. Esse estudo foi apresentado em setembro do ano passado, e em outubro do mesmo ano já havia sido descartado, por ser considerado inviável. A concessionária responsável pela administração e a Arsp apresentaram, então, novas ideias, mas até agora não existem sinais de que de fato elas sairão do papel.
“O Estado não pode mais se omitir com a justificativa fria e evasiva de que a implantação de uma proteção lateral na Terceira Ponte tem um alto custo. As vidas humanas que estão se perdendo ali não têm preço. Temos que encontrar um meio que preserve a linda paisagem do local, mas que principalmente ajude a proteger a vida, que é o mais importante”, disse Marcelo Santos.
Na última terça-feira (12), quando a terceira ponte ficou interditada por cerca de cinco horas devido a uma tentativa de suicídio, o deputado estadual Euclério Sampaio (PSDC), que é autor do Projeto de Lei (PL) 2/2017, criado ainda em 2014, que pede a instalação de grades, telas, redes ou qualquer outro meio de proteção que impeça os suicídios, usou a tribuna do plenário para se pronunciar sobre o acontecido.
“Qual a prioridade desse governo? Não tem prioridade. Um governo que prefere se omitir diante de tantas mortes, que são diárias, para proteger essa empresa (Rodosol), isso é uma vergonha. O Espírito Santo conhece um governo de mentiras, um governo de publicidade, eu estou pedindo para o governador fazer e determinar a proteção da ponte, o senhor vai estar salvando vidas”, ressaltou o Euclério.
O deputado cobrou do presidente da Assembleia, Erick Musso (PRB), a tramitação do projeto de sua autoria sobre a questão que foi reapresentado à Casa no início de 2017, alegando expiração do prazo de análise na Comissão de Infraestrutura. A votação estava prevista na pauta da sessão ordinária de quarta-feira (13), mas acabou não acontecendo, pois a sessão caiu por falta de quórum
Vale lembrar
No final de 2016, em uma votação apertada (9 votos a 8), depois de uma dura briga entre o autor da matéria e o então líder do governo Gildevan Fernandes (PMDB), incluído vários episódios de bate-boca na Casa, o governo levou a melhor e o projeto de Euclério foi rejeitado pelo plenário.
Votaram a matéria 18 deputados: nove contra; oito a favor; e uma abstenção, do deputado Enivaldo dos Anjos (PSD). Alguns deputados deixaram o plenário para não votar nem sim, nem não. O fato é que o trabalho de convencimento da liderança do governo foi forte para que a Casa rejeitasse o projeto de Euclério obrigando a instalação de proteção na Terceira Ponte.
No começo de 2017, Euclério apresentou novamente o projeto de lei na Assembleia Legislativa. O assunto se tornou a principal bandeira do parlamentar, trazendo um certo constrangimento para o governo, que mesmo com um grande apelo popular e com o governo não tendo um argumento convincente para vetá-la, não sai do papel.
Pedágio
Uma ação tomada nesta quinta-feira (14) pela Agência de Regulação de Serviços Públicos (ARSP) para melhoria no trânsito, determinou que a Rodosol execute a cobrança do pedágio da Terceira Ponte apenas no sentido de quem vai de Vitória para Vila Velha. A medida valerá inicialmente por 30 dias, como fase de teste e terá início a 0 hora do próximo domingo (17). Dessa forma, o valor do pedágio de quem vem do município canela verde para a capital será de RS 2, o dobro da taxa atual.
De acordo com os estudos realizados pela Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (Setop) em conjunto com a ARSP, com base na análise dos dados reais e simulações realizadas, sem a interrupção do fluxo de veículos para pagamento do pedágio, há um potencial de melhoria na mobilidade urbana da região.
Para os estudos foram considerados dados do período de pico do trânsito na ponte, entre 16h30 e 19h30. O resultado foi uma redução de 10% no tamanho das filas nas vias do entorno da Terceira Ponte em Vitória, o que deve resultar, também, redução média de 10% nos tempos das viagens realizadas nesse período.
No horário de pico, entre 17h15 e 18h15, passam pela ponte no sentido Vitória – Vila Velha, aproximadamente 3.500 veículos. A medida a ser implementada vai eliminar as retenções das cancelas e reduzir a lentidão da rampa provocada pela parada e aceleração nas guaritas.
O aumento na tarifa no sentido norte, segundo o governo, é “para preservar o equilíbrio do contrato”.