Excluídos pela Prefeitura de Vitória do processo de confecção da medida que impôs um “toque de recolher” no Centro, os três segmentos diretamente atingidos pela decisão irão por si mesmos buscar o que a prefeitura está evitando: o diálogo.
Moradores, donos de bar e produtores culturais irão formar uma comissão para elaborar em 30 dias um documento com normas de boa convivência na região. Este é o principal encaminhamento da assembleia ordinária da Associação de Moradores do Centro de Vitória (Amacentro), realizada nessa segunda-feira (20), cujo principal ponto de pauta foi o Termo de Compromisso Ambiental (TCA) assinado apenas entre prefeitura e Ministério Público Estadual (MPES) determinando a bares da Rua Sete de Setembro o recolhimento de mesas e cadeiras às 23h.
O objetivo é apresentar uma proposta alternativa ao TCA que será enviado à prefeitura e ao órgão ministerial. Antes, precisa ser aprovado em assembleia extraordinária que deve ser realizada em 45 dias. A reunião também deve ter caráter de audiência pública para o debate sobre o termo.
“Foi uma reunião produtiva. Os donos de bar e produtores culturais são moradores do Centro. É uma peculiaridade nossa. Houve reclamações contra a questão do barulho, que, de fato, são pertinentes. Causa incômodo. Mas foi discutido também a importância cultural do local e a questão da segurança. E não houve uma fala que concordasse com o termo de compromisso da prefeitura e do MPES”, pontua o presidente da Amacentro, Everton Martins.
Moradores temem o esvaziamento da região e, como efeito, o aumento da violência.
O “TCA do toque de recolher” será debatido também nesta quinta-feira (23) em reunião extraordinário do Conselho Municipal de Política Cultural. A reunião acontece a partir das 14h no auditória do Museu Capixaba do Negro (Mucane).