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Trabalhadores dos Correios protestam contra privatização e retirada de direitos

Ato buscou conversar com a sociedade sobre as reivindicações da categoria e pressionar para que os Correios se disponham a dialogar

Nesta sexta-feira (11), 25º dia da greve dos trabalhadores dos Correios, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Prestadoras de Serviços Postais, Telegráficos e Similares do Espírito Santo (Sintect-ES) realizou uma carreata que saiu do Tancredão, na Ilha do Príncipe, e seguiu rumo à agência Central, na Avenida Leitão da Silva, em Vitória. Segundo o presidente do sindicato, Antônio José Alves Braga, cerca de 30 carros participaram da manifestação. 

O ato teve como objetivo dialogar com a sociedade sobre as reivindicações da categoria, que está em greve desde 18 de agosto, e pressionar para que os Correios se disponham a dialogar. Ele afirma que as manifestações aconteceram em todo o Brasil, por estar marcada para esta sexta-feira a reunião de mediação entre representantes dos trabalhadores e da empresa, confirmada pela relatora do dissídio, a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Katia Arruda. 

“A greve está desgastante, mas os trabalhadores se mantêm firmes. Temos conversado com as pessoas nas ruas e percebemos que a maioria está a favor da nossa mobilização, entende a importância da nossa luta”, diz Antônio. No final da carreata, os trabalhadores foram até a Paróquia Santa Teresa de Calcutá, em Itararé, onde entregaram doações de alimentos para pessoas carentes.
Foto: Iury Gouvêa

Os alimentos foram recolhidos por meio de uma campanha feita nos piquetes em todo o Estado. “Tanto trabalhadores dos Correios quanto a população em geral doou. Parte dos alimentos também foram doados para um asilo de São Mateus”, relata Antônio.

Os trabalhadores dos Correios são contrários à privatização da empresa e lutam pela manutenção do Acordo Coletivo aprovado em 2019. “Nunca passamos por um momento tão difícil. Sempre se falou em privatização, mas não de tirar todos os direitos, destruindo o Acordo Coletivo. É uma destruição de todos nossos direitos conquistados ao longo de nossa história”, enfatiza.

Segundo ele, os Correios querem retirar 70 das 79 cláusulas do Acordo Coletivo. As demais, afirma, querem que sejam reeditadas. “Sobre o plano de saúde, por exemplo, constaria na cláusula que poderia ser mantido, mas não garante que isso aconteça nem estabelece percentuais de participação. No caso do tíquete alimentação, também diz que pode fornecer, mas não dá garantias, e, inclusive, afirma que pode suspender o fornecimento em virtude de crise econômica no país”.

Antônio destaca ainda que os trabalhadores não queriam entrar em greve. “Fomos obrigados, porque os Correios derrubaram nosso Acordo Coletivo no TST via STF [Supremo Tribunal Federal]”, aponta, referindo-se ao fato de que o TST havia aprovado a vigência do Acordo Coletivo por dois anos, entretanto, uma liminar do ministro e presidente do STF, Dias Tóffoli, suspendeu a decisão. Chegou a ser realizado, em agosto, um novo julgamento sobre essa questão, mas a suspensão foi mantida.

‘Realidade atual’

Os Correios afirmam “que não têm mais como suportar as altas despesas, o que significa, dentre outras ações que já estão em andamento, discutir benefícios que foram concedidos em outros momentos e que não condizem com a realidade atual de mercado, assegurando todos os direitos dos empregados previstos na legislação. A paralisação parcial em curso somente agrava esta situação”.

Ressaltam, ainda, que “é lamentável que a intransigência das entidades representativas, que tornaram a greve uma prática quase anual, sejam responsáveis por prejuízos irreparáveis à sociedade, aos empreendedores e à empresa”, e que esperam o fim deste impasse, com o julgamento do Dissídio de Greve pelo Tribunal Superior do Trabalho”.

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