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Em pleno verão, rotativo de Guarapari vive crise de credibilidade

O que era para ser solução, virou problema. O sistema de estacionamento rotativo de Guarapari vive uma crise aguda de credibilidade em pleno verão, quando a população na cidade triplica com os turistas. 
 
No início de dezembro, a Comissão Especial de Investigação (CEI) da Câmara Municipal de Guarapari instaurada para apurar possíveis irregularidades na licitação e no funcionamento do rotativo pediu a suspensão e cancelamento do contrato com a Vista Group Network Sistemas e Empreedimentos Ltda ME (VGN), concessionária do sistema. E, segundo relatório final da comissão, a dívida da empresa com os cofres públicos chegaria a R$ 400 mil, segundo matéria do jornal Folha da Cidade do último dia 23. 
 
O relatório final ainda não foi aprovado. Os membros da comissão, o presidente Thiago Paterlini (PSDB), o relator Manoel Couto (PT) e a vice-presidente Fernanda Mezzelli (PSD), irão tentar a convocação de sessão extra para obter a aprovação do texto. Já o requerimento foi aprovado em plenário.
 
O pedido de suspensão e cancelamento do contrato é amparado em dois pontos. Segundo a comissão, o contrato determina o repasse de 34% da receita bruta para a prefeitura. Mas, até o início de dezembro, os vereadores garantiam que nenhum valor fora repassado. Eles destacam a cláusula que permite a suspensão do contrato em caso de atraso de 30 dias do repasse. Em 9 de dezembro, a empresa anunciou o parcelamento da dívida com o município.
 
Os vereadores também acusam a empresa de vender cotas para investidores com o objetivo de levantar capital. Eles argumentam que há uma cláusula no contrato que veda a prática, o que também ensejou o pedido de suspensão e cancelamento do contrato com a prefeitura.
 
Hoje abrangendo cerca de mil vagas de estacionamento no Centro e em Muquiçaba, com expectativa de implantar outras 500 vagas no Aeroporto, na orla da Praia do Morro e na Enseada Azul, o rotativo de Guarapari começou a operar fevereiro deste ano após alguns meses de embates judiciais. Em julho de 2015, a Justiça acatou ação da Associação dos Comerciantes de Guarapari pela suspensão do serviço. Em dezembro, do mesmo ano, a Justiça indeferiu pedido de reconsideração interposto pelo Município de Guarapari em face de decisão. 
 
Em janeiro, a Justiça negou novo pedido interposto pela prefeitura para reforma da decisão. Ainda assim, o prefeito Orly Gomes (DEM) oficiara o sócio-diretor da empresa para início da operação do rotativo a partir de 4 de janeiro. Novo pedido de reforma da decisão, desta vez interposto pela VGN, foi negado pela Justiça ainda em janeiro. O rotativo só iniciou de fato as operações após acordo entre empresa e associação dos comerciantes. 
 
O sistema também já foi alvo de investigação da CPI da Máfia dos Guinchos, na Assembleia Legislativa. Em maio, a comissão ouviu o representante do empresa, Ricardo Silva Martins, sobre autuações e guinchamento de veículos. A CPI chegou a convocar o prefeito Orly Gomes para esclarecer a licitação, mas esbarrou em habeas corpus obtido pelo demista para não prestar depoimento.

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