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Espírito Santo tem a sétima maior taxa de mortes no trânsito do país

Segundo o Mapa da Violência 2014 – Os Jovens do Brasil, o Espírito Santo é o sétimo Estado com maiores índices de mortes no trânsito do Brasil em 2012 (ano base do estudo). A taxa do Estado é de 33,2 de óbitos a cada 100 mil habitantes. A média nacional é de 23,7/100 mil
 
 
O mapa apresenta crescimento da violência no trânsito no Estado entre 2011 e 2012 de 2,4% em valores totais e 3,2% entre os jovens. Nos comparativos por capitais, Vitória registrou redução de mortes no trânsito no período estudado. A tendência de crescimento geral da violência no trânsito e a diminuição dos índices nas capitais é uma tendência nacional. Segundo a análise da pesquisa, esse fato demonstra uma forte interiorização da violência. 
 
Essa interiorização pode ser explicada pela diferença entre a fiscalização das leis de trânsito no interior e nos grandes centros urbanos. Em entrevista ao jornal A Gazeta, o inspetor Alexandre Valdo Lemos, da Polícia Rodoviária Federal, avaliou que a Lei Seca foi fator determinante para a redução no número de mortes no trânsito (ele avaliou os dados do Datasus, que também foi publicado esta semana, que apurou redução de óbitos de 6% entre 2012 e 2013). “Nós percebemos que, quando uma legislação fica mais rígida, é bem noticiada e a fiscalização se intensifica há um efeito no comportamento dos condutores”, afirmou Lemos.
 
Mas no interior do Estado, as blitz que fiscalizam essa e outras leis de trânsito são pouco comuns, principalmente em rodovias e estradas vicinais. Assim, a redução nas taxas na Capital serve apenas de vitrine e tem pouco impacto real na segurança do trânsito.
 
Os estados brasileiros que lideram o ranking de mortes no trânsito (veja tabela acima) também evidenciam essa interiorização da violência. Os seis estados acima do Espírito Santo no ranking do Mapa da Violência não concentram trânsitos caóticos das grandes metrópoles, mas matam mais. Rondônia (47,2%), Piauí (46,7%), Paraná (44,6%), Mato Grosso (44,5%), Tocantins (43,5%), Roraima (42,3%) e Mato Grosso do Sul (40,7%) lideram a lista de crescimento das mortes no trânsito entre 2011 e 2012. Chama a atenção o fato de as capitais destes estados, com exceção de Rondônia e Piauí, apresentarem redução nos índices, reforçando a ideia de que a maior parte dos óbitos está concentrada no interior. 
 
Na tabela que ordena as mortes no trânsito por estados, fica fácil de perceber essa contradição. São Paulo, que tem a maior frota de veículos do país e um dos trânsitos mais caóticos do mundo, é justamente o estado onde o trânsito menos mata. A taxa de óbitos de São Paulo é de 17,4/100 mil, metade da taxa capixaba (33,2/100 mil). Na capital paulista, onde está concentrada a maioria da frota, a taxa foi ainda menor: 11,9/100 mil (2012).

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