Foto: DCE
O evento de inauguração do novo aeroporto de Vitória, além de pompa e circunstância (de gosto duvidoso, diga-se de passagem), teve forte esquema de segurança, incluindo tropa de choque e cavalaria. Tudo para evitar que um possível “Fora Temer” ecoasse no “salão nobre da nova casa de aviação capixaba”, onde a solenidade estava sendo realizada.
Estudantes, trabalhadores, sindicalistas, integrantes de movimentos sociais e cidadãos, que realizaram protestos contra a presença de Temer no Estado, sequer conseguiram ultrapassar o portão externo do aeroporto. Ninguém estava autorizado a entrar a pé. Um grupo de estudantes, no entanto, driblou o esquema de segurança e, de carro, conseguiu entrar e ocupar um saguão do novo aeroporto, onde afixou faixas de protesto. Os manifestantes só não conseguiram chegar até o local onde a solenidade estava sendo realizada, restrita a convidados.
Do lado de fora do evento, os manifestantes, impedidos de entrar, levaram um boneco fazendo referência ao presidente, que foi incendiado. O boneco, com dentes de vampiro, tinha numa das mãos uma arma, referência à intervenção militar no Rio de Janeiro. Na outra, um spray de pimenta, para lembrar da repressão do governo ilegítimo e também do governador Paulo Hartung aos movimentos sociais.
De acordo com o diretor de Formação Política e Movimentos Sociais do Diretório Acadêmico da Ufes (DCE), João Alexandre Wyatt, além dos estudantes, participaram integrantes do Sindicato dos Trabalhadores da Ufes (Sintufes), trabalhadores e pessoas da comunidade. Ele afirmou que havia muitos homens da Polícia Militar montados a cavalo e tropa de choque. Tudo para um possível confronto, caso algum manifestante tentasse entrar a pé.
“Fomos demonstrar nossa indignação com o modelo desse governo golpista, que tem precarizado da saúde, educação e outras áreas sociais, congelando investimentos. Também protestar contra uma obra que teve mais de R$ 70 milhões em superfaturamento, segundo o próprio Tribunal de Contas da União. Mas fizeram uma muralha de segurança que nos impediu de entrar”, descatou.
O outro grupo de estudantes da Ufes que conseguiu entrar na área do aeroporto de carro alcançou um saguão, onde ergueram faixas com dizeres “Em defesa do Sus – Fora Temer” e “Não Temer – em defesa da Educação”.