Entidades estudantis questionam ganhos empresariais. Nova tarifa será de R$ 4,20 a partir deste domingo
O CGTRAN/GV é tripartite, tendo um terço de representação do governo, um terço das empresas da iniciativa privada e um terço de entidades da sociedade civil. A tradicional aliança entre governo e empresariado costuma aprovar com facilidade os aumentos tarifários.
A decisão desagradou grupos da sociedade civil como as representações estudantis, que convocaram estudantes e sociedade a entrar em “mobilização permanente” contra o aumento. Logo em seguido à definição do novo valor, uma carta conjunta entre o Diretório Central dos Estudantes da Ufes (DCE), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) questionou o aumento e pediu ao governador Renato Casagrande (PSB) a revogação da medida.
Segundo as entidades, o aumento persiste todo ano, não beneficia trabalhadores e os serviços, mas sim os empresários. “Um contrato assinado entre o governo do Estado e empresários do sistema de transporte prevê um reajuste DOS LUCROS das empresas envolvidas nas licitações, independentemente de qualquer outro fator que possa acontecer no estado, no país ou mesmo uma reorientação das políticas públicas”, acusa a nota, citando acordo em vigor desde 2014.
As organizações assinantes apontam que o cálculo usado para o aumento considera a soma de custos de mão de obra e combustíveis “Dessa forma, tratando o ano de 2014 como base do cálculo, qualquer variação positiva no preço do salários (decorrentes de greve, por exemplo) ou um aumento nos preços dos diesel, aumentaria automaticamente o preço da tarifa”.
O DCE, a UNE e a Ubes consideraram que, pelos dados apresentados na reunião do CGTRAN/GV, o reajuste “não tem uma razão convincente” e apenas determina ganhos para as empresas que prestam serviços de transporte público, sem nenhuma satisfação ou contrapartida de usuários e trabalhadores.