​Estudantes de Arquitetura apresentam projetos para ocupação dos galpões do IBC

Os armazéns do IBC estão localizados em área das mais valorizadas no mercado imobiliário de Vitória

Alunos do Projeto de Arquitetura da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) farão uma apresentação no próximo dia 21, de forma remota, de projetos para ocupação dos armazéns do extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), em Jardim da Penha, Vitória, edificações históricas ameaçadas de demolição por conta do programa de privatizações do governo federal. 

Sob a coordenação dos professores Kleber Frizzera e Rogério Almenara, do Departamento de Arquitetura da e Urbanismo, os projetos se encaixam no movimento visando evitar que a Superintendência de Patrimônio da União (SPU) venda os dois galpões, tombados provisoriamente pelo Conselho Estadual de Cultura (CEC), em leilão com lance inicial de R$ 35 milhões.

Os dois professores da Ufes e os alunos desenvolveram estudos e projetos arquitetônicos para os armazéns do IBC, com objetivo de propor “novos usos e uma nova vida para o local e para o bairro”. A iniciativa visa motivar debate entre os moradores de Vitória e, também, instituições públicas e privadas sobre a ocupação dos edifícios e da área urbana remanescente.

Em nota, afirmam: “Cabe a nós, moradores, da cidade e do bairro, trabalhadores, estudantes e frequentadores de suas ruas, principalmente os mais jovens, atrevermos a pensar, propor e decidir mais nobres utilizações para a área, através de um amplo debate democrático, contribuindo para a discussão e a proposição de alternativas para o usufruto e uso em comum desta propriedade pública”.

A área onde estão localizados os galpões do IBC, com 33 mil metros quadrados, é uma das mais valorizadas no mercado imobiliário. O tombamento provisório, embora não impeça a venda, evita a demolição dos imóveis para a construção de prédios.

O tombamento dos galpões é resultante de uma solicitação encaminhada ao Conselho estadual de Cultura pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil no Espírito Santo (IAB-ES), com apoio de outras 14 entidades da sociedade civil. O processo tramitou com urgência devido à intenção de que os leilões fossem realizados ainda em novembro, conforme havia sido anunciado pela Superintendência de Patrimônio da União (SPU).