A novela da volta do sistema público aquaviário de transporte na Grande Vitória poderá ganhar um novo capítulo este ano. Paralisado desde 2000, o serviço será analisado pelo Grupo de Trabalho Executivo (GTE), criado pela Secretaria de Estado do Transportes e Obras Públicas (Setop). O grupo deverá emitir parecer conclusivo sobre os estudos de viabilidade técnica, econômica-financeira e jurídica do processo que visa implantar um sistema hidroviário na Grande Vitória.
A retomada do transporte aquaviário pretende desafogar o trânsito da região metropolitana através de dois terminais: um na Enseada no Suá, na Praça do Papa, em Vitória e outro na Prainha, em Vila Velha. Há ainda a reivindicação da população para que o sistema funcione de forma integrada com o Sistema Transcol.
De acordo com a Setop, só após da análise e da sua homologação pela secretaria será iniciado o certame licitatório.
O GTE será formado por formado por representantes da Setop, Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb), Secretaria Extraordinária de Projetos Especiais e Articulação Metropolitana (Sepam), Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e Secretaria de Estado de Governo (SEG). A Setop ainda não informou quando os representantes serão anunciados.
O sistema hidroviário de transporte de passageiros, desativado em 2000, começou a funcionar em 1978. Chegou a dispor de 11 lanchas e a transportar quase 450 mil pessoas por mês. Desde o período em que ficou sem funcionar, a população reivindica seu retorno. Ainda no governo Paulo Hartung (PMDB), em 2008, a volta do sistema parecia uma certeza e previa um investimento de R$ 9 milhões. O governo havia solicitado apresentação de custos, modelos de embarcação, sistema de operação e preço de tarifas.
No início de 2010, a Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (Ales) aprovou a alteração na Lei n.º 3.693/1984 sobre Sistema de Transportes Urbanos da Aglomeração Urbana da Grande Vitória. A lei estabelece a reestruturação do sistema hidroviário e sua viabilidade integrada aos serviços de ônibus e determina que a Ceturb esteja autorizada, mediante concessão, a contratar o serviço.
Um novo estudo técnico para tratar da implantação do hidroviário foi anunciado, em junho de 2011 pelo secretário de Estado de Transportes de Obras Públicas, Fábio Damasceno, mas o assunto só voltou a ganhar destaque nesta segunda (15), após a publicação da portaria que criou o GTE.