O pregão eletrônico para a o registro de preços de trajes “antitumulto para controle de distúrbios civis” foi cancelado pelo governo do Estado. A decisão é dessa sexta-feira (27) e foi publicada pela Secretaria de Estado e Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) no Diário Oficial desta segunda (30), mesmo dia em que ocorreria o pregão.
De acordo com o ato, o pregão foi suspenso para se adequar às especificações contidas no edital, com nova data a ser marcada. A medida soa como um recuo do governo do Estado após as inúmeras críticas ao traje que seria utilizado pelas tropas do Batalhão de Missões Especiais (BME) da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Totam) e pelo Grupo de Apoio Operacional (GAO), classificados entre manifestantes como a nova arma da polícia capixaba contra as manifestações populares.
A armadura digna do apelido “Robocop” foi anunciada como um instrumento de combate a rebeliões em presídios, conflitos civis e atos de depredação, com a “garantia de segurança e autonomia para o policial” e custará ao Estado R$ 1,8 milhão, por cerca de 600 novos trajes.
O traje é composto de colete antitumulto, cotoveleira, protetor pélvico, protetor de coxa e acessório de cintura com bolsa de transporte. Somente em outro processo serão adquiridos os capacetes balísticos que compõem o novo traje.
Em meio as críticas feitas pela sociedade civil, que cobra o fim da criminalização dos movimentos sociais pelo Estado e pela polícia capixaba, o governo chegou a justificar a compra dos trajes afirmando que a a medida já era prevista há dois anos, muito antes das manifestações registradas no mês de junho em todo o País. Na ocasião, foi divulgado que a compra fazia parte do planejamento estratégico da Policia Militar .