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Greve geral: manifestação de trabalhadores reúne 1,5 mil em Vitória

Depois dos protestos populares pelo fim do pedágio da Terceira Ponte, o prédio da Assembleia Legislativa foi palco do ato público do Dia Nacional de Lutas nesta quinta-feira (11). A manifestação foi convocada pelas centrais sindicais de todo País e reuniu cerca de 1,5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Além de trabalhadores urbanos e do campo, o protesto reuniu estudantes, profissionais autônomos e aposentados.

A pauta de reivindicações da “greve geral” – como o movimento ficou conhecido pelas redes sociais – foi da votação do projeto que acaba com a cobrança do pedágio até o atendimento dos pleitos das categorias profissionais. Os manifestantes saíram de vários pontos da Grande Vitória e se concentraram na frente da sede do Legislativo estadual.

No local, várias entidades se mobilizaram para dar visibilidade às suas causas, porém, o sentimento era de que todos se reuniam em prol de um objetivo maior.  “A nossa luta é pelo piso salarial para os advogados capixabas, mas essa causa não está acima do combate à corrupção e por mais verbas para a saúde, educação e segurança pública”, ilustrou o presidente do Sindicato dos Advogados no Espírito Santo (Sindiadvogados-ES), Ben-Hur Brenner Dan Farina.

Entre as categorias presentes à manifestação estavam os servidores públicos estaduais, trabalhadores na área de petróleo, cirurgiões-dentistas, psicólogos, serventuários do Judiciário, metalúrgicos, bancários, motoboys e trabalhadores rurais. Também participaram da greve geral os dirigentes e filiados da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Força Sindical e da União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Essa união das centrais sindicais foi comemorada pelo presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sindijudiciários), Carlos Thadeu Teixeira Duarte: “Todas as centrais estão junto com a população brasileira que acordou”.

Durante o ato público em frente à Assembléia, os sindicalistas também foram acompanhados por representantes de entidades civis, que se revezaram nas falas em um dos quatro trios elétricos estacionados no local. O tom dos discursos reforçou a necessidade de melhoria na condição dos trabalhadores e na prestação de serviço público nas áreas consideradas essenciais, como a saúde, educação, segurança, além de infraestrutura.

Os manifestantes também fizeram críticas à atuação do Legislativo e do Judiciário no impasse sobre o fim do contrato de concessão da Terceira Ponte. O deputado Gildevan Fernandes (PV), relator do projeto de decreto legislativo que prevê o fim da cobrança, e o grupo de deputados estaduais foram os principais “homenageados”.

O governador Renato Casagrande também foi lembrado pelos participantes, que chegaram a levar um banner como a caricatura do socialista como “guarda costas da Rodosol”, em referência à ação policial para reprimir os protestos contra o pedágio.

Sobre a atuação dos órgãos ligados à Justiça, os manifestantes estranharam a demora para a concessão de liminar para reduzir o valor da cobrança. Para eles, o Ministério Público Estadual (MPE) e a Justiça teriam “pegado carona” na manifestação das ruas.  O grupo entendeu que a decisão liminar não atendeu ao principal objetivo dos protestos, o fim do pedágio, mas apenas garantiu a continuidade da cobrança.

O ato público durou até às 16 horas, quando a maior parte dos manifestantes começou a dispersar. Um grupo de sindicalistas decidiu ficar no local após a informação de que o Batalhão de Missões Especiais (BME), da Polícia Militar, poderia cumprir a reintegração de posse do prédio – ocupado desde a última semana por estudantes que cobram a votação do projeto do deputado estadual Euclério Sampaio (PDT).

No início da noite, permaneciam no local apenas os estudantes que pretendem fazer vigília em apoio aos integrantes do movimento que ocupa a Casa. 

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