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Greve nos ônibus pode acabar na quarta-feira, mas depois vem o reajuste da passagem

O julgamento do dissídio coletivo dos trabalhadores e empresários do transporte coletivo, marcado para a próxima quarta-feira (10) pelo Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES), deverá por fim à greve dos trabalhadores, que começou no dia 26 do mês passado. A greve tornou péssimo o que é ruim sempre, ao tirar parte da frota de ônibus de circulação. 
 
Há contínuas reclamações dos usuários, pois as filas nos terminais aumentaram e os ônibus invariavelmente saem superlotados. Agora, mesmo com o provável fim do movimento, por decisão da categoria ou ordem judicial, um outro problema será vivido pelos usuários do transporte coletivo, que é o aumento do preço da passagem dos ônibus. Ainda sem data marcada para vigorar, o reajuste entrará em vigor este mês.
 
A oferta dos empresários para o aumento de salários de motoristas e cobradores é de um reajuste do que os 1,83%. Os trabalhadores reivindicam 5% de aumento salarial, além de outros benefícios. 
 
A posição intermediária, de um reajuste de 3%, é o que consta na proposta do Ministério Público do Trabalho (MPT). Este parece ser o valor que será definido pelo TRT-ES no julgamento do dia dez. Se houver esta decisão, e radicalização do movimento dos trabalhadores, o TRT-ES deve ser considerar a decretação da ilegalidade da grave, segundo observadores. 
 
Hoje a determinação legal é para que o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sindiroviários) assegure que nos horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 20h) a frota em circulação seja de 70% dos ônibus previstos pela Ceturb e, nos horários normais, de 50%.
 
Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitana da Grande Vitória (GVBus), em nota, o salário do motorista de ônibus na Grande Vitória é de R$ 2.164,48 e do cobrador R$ 1.125,58. Soma-se a este valor benefícios como vale-alimentação, plano de saúde (R$ 158,74 pago pela empresa e o restante pago pelo trabalhador) e seguro de vida. 
 
A jornada diária tanto do motorista como do cobrador é de 7h20 minutos. A categoria dos rodoviários tem 12 mil trabalhadores entre motoristas e cobradores, que trabalham em 12 empresas na Grande Vitória. 
 
Aumento das passagens 
 
Os aumentos nos preços das passagens é concedido pelo governo do Estado, através do Conselho Gestor do Sistema de Transportes Públicos Urbanos de Passageiros da Região Metropolitana da Grande Vitória (CGTran/GV). E segundo a  a Ceturb, o aumento das passagens vigora a partir de janeiro.  
 
Com a greve, o anúncio do aumento das passagens só será definido, e logo depois cobrado, considerando o valor do reajuste salarial. 
 
O atual preço da passagem é de R$ 3,20 (antes R$ 2,75,  foi reajustada em 16,36%). Pode passar a R$ 3,30 nos próximos dias, como já se especula na área oficial. 
 
O cálculo para aumento das passagens leva em consideração custos como mão de obra, combustível e veículos. Mas também deve incorporar nas planilhas de custo e, separadamente, a remuneração do capital (investimentos feitos pelas empresas) da remuneração pela prestação do serviço (o lucro propriamente dito). Nova metodologia propõe também que seja claramente dividido a remuneração, dada a título de ressarcimento dos operadores pelos reais custos da tarifa pública (preço pago pelo usuário).

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