Os representantes do “Movimento Ocupa Ales” decidiram, no início da tarde desta quinta-feira (11), manter a ocupação do prédio da Assembleia Legislativa (Ales) até a votação do projeto de decreto legislativo nº 69/2013, que põe fim ao pedágio da Terceira Ponte. Em nota publicada nas redes sociais, eles cobram novos pontos de pauta como o corte de ponto dos 15 deputados que boicotaram a votação do projeto e a realização de uma audiência com o governador Renato Casagrande. No entanto, a Mesa Diretora da Assembleia entrou com o pedido de reintegração de posse.
A informação do ajuizamento do pedido foi confirmada pelo próprio presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM), que alegou o descumprimento de um acordo com os manifestantes para a desocupação das instalações do Palácio Domingos Martins, sede do Legislativo estadual. O movimento rebate as insinuações do demista e garante que o descumprimento do acordo partiu da própria direção da Assembleia, que teria se precipitado ao declarar à imprensa que os manifestantes sairiam do prédio.
“Ao contrário do que foi veiculado pela imprensa no depoimento do secretário de Comunicação da Casa [Marcelo Bózio] e de membros da Mesa Diretora, em nenhum momento assumimos o compromisso de deixar o prédio na manhã desta quinta. A Mesa quebrou seu compromisso de não fazer declarações à mídia até que tivéssemos um posicionamento formado. Analisamos em assembleia coletiva e decidimos que não aceitaremos a proposta de deixar o prédio com pequenas concessões”, afirma o grupo.
Os representantes do movimento pedem ainda a instituição de um espaço permanente para movimentos sociais dentro da Casa. “Essas conquistas são bem-vindas, mas reforçamos que nossa pauta é a votação do projeto na sessão ordinária da próxima segunda-feira (15) e resistiremos até lá”, garantem.
Por conta da possibilidade de uma intervenção policial, no caso do pedido de reintegração de posse ser acolhido pela Justiça, uma parte dos dirigentes sindicais que realizam um ato público do Dia Nacional de Lutas permaneceram em vigília na frente do prédio da Assembleia Legislativa. Mas após a informação de que a reintegração de posse não ocorreria nesta quinta-feira (11), pois a Justiça não considerou o pedido urgente, o movimento em frente à Casa se dispersou. A Assembleia pretende entrar com novo pedido, com a intenção de desocupar a Casa até o final de semana.
Dentro da ocupação, os manifestantes alegam que estão sofrendo pressão psicológica – como o corte do sinal de internet e restrições no recebimento de alimentos – para se retirarem da Assembleia.