Os sindicatos patronais do transporte coletivo, GVBus e Setpes, estão buscando acabar com a greve no setor, que vem desde o dia 26 de dezembro. Com este objetivo, publicaram nota à imprensa nesta terça-feira (2), na qual afirmam que não têm condições de oferecer maior reajuste do que os 1,83%, índice de inflação com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Por determinação do Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES), o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sindirodoviários) deve assegurar que nos horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 20h) a frota em circulação seja de 70% dos ônibus previstos pela Ceturb e, nos horários normais, de 50%.
No período da greve, o TRT-ES determinou que houvesse suspensão do movimento, com manutenção da frota prevista pelos órgãos controladores, Ceturb e prefeituras dos municípios da Grande Vitória, na passagem do ano. A greve foi retomada ao meio dia dessa segunda-feira (1).
A greve no transporte coletivo na Grande Vitória tornou uma situação que já é ruim insustentável. É que os ônibus, mesmo em condições tidas como “normais”, já circulam superlotados. É que o governo do Estado, através da Ceturb, e as prefeituras autorizam a redução da oferta de horários com base na justificativa das empresas de redução do número de passageiros.
Com a greve, as filas ainda maiores nos terminais rodoviários e as longas esperas nos pontos de ônibus vêm provocando seguidas criticas dos usuários.
A greve dos motoristas e cobradores dos ônibus é por um aumento de 5,21% a título de recomposição dos salários. O patronato oferece apenas 1,83% de reajuste.
Segundo o GVBs informou em nota, o salário do motorista de ônibus na Grande Vitória é de R$ 2.164,48 e do cobrador R$ 1.125,58. Soma-se a este valor benefícios como vale-alimentação, plano de saúde (R$ 158,74 pago pela empresa, e o restante pago pelo trabalhador) e seguro de vida.
A jornada diária tanto do motorista como do cobrador é de 7h20 minutos, segundo o diretor do Sindirodoviários, Silvio Oliveira. A categoria dos rodoviários tem 12 mil trabalhadores entre motoristas e cobradores, que trabalham em 12 empresas na Grande Vitória.
O Ministério Público do Trabalho (MPE-ES) entregará seu parecer sobre o dissídio coletivo até esta sexta-feira (5). O julgamento do dissidio coletivo pelo TRT-ES será no dia dez próximo.
É neste compasso de espera que os empresários tentam o fim da paralisação. No último comunicado, o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitana da Grande Vitória (GVBus) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado (Setpes), depois de detalhar as reuniões com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sindiroviários) em novembro e dezembro, se queixaram.
Afirmam que “as empresas do setor de transporte urbano metropolitano não têm condições de oferecer mais nada, pois se encontram em situação financeira extremamente frágil! A queda de passageiro já é de 14,6% nos últimos 3 anos. Só o diesel acumula aumento de 26,68% nos últimos sete meses, segundo dados do Valor Econômico”.
O patronato segue afirmando que “empresas não têm como arcar com qualquer reajuste além de 1,83%, índice de inflação com base no INPC. Proposta que se assemelha aos 1,81% de ajuste anunciado pelo Governo Federal para o salário mínimo”. E no final assegura, com ênfase: “não há justificativa para a manutenção da greve”.