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Hoffmann assume a fonte das crises de Luciano Rezende: a Secretaria de Transportes

Ex-secretário da Casa Civil de Renato Casagrande (PSB), Tyago Hoffmann vai assumir a pedra no sapato do prefeito Luciano Rezende (PPS). A Secretaria Municipal de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória (Setran) se debate entre um péssimo serviço de transporte municipal – caro, demorado, lotado – e denúncias de corrupção no serviço municipal de táxi. Não por acaso, Hoffmann é o nono chefe da Setran. A nomeação foi publicada na edição desta quinta-feira (4) do Diário Oficial de Vitória.
 
Desde a malfadada tentativa de implantação do Integra Vitória, no segundo semestre de 2015, a Setran se transformou na fonte de todas as crises da gestão Luciano Rezende. Revestida por um discurso modernizado de integração do sistema municipal de transporte público, o Integra Vitória era, no entanto, um esforço de redução de custos para a majoração de lucro das empresas concessionárias. 
 
O projeto sucumbiu em duas semanas após uma borrasca de críticas e protestos. Menos de seis meses depois, Luciano enfrentaria novos protestos nas ruas por conta de uma política de redução de frota que as concessionárias executaram com a conivência da Setran. Em 2017, a secretaria chancelou um reajuste desproporcional ao serviço prestado: em janeiro, a passagem saltou de R$ 2,75 para R$ 3,15. Além de caro, o transporte de Vitória continua demorado e com ônibus apinhados. 
 
Outro alvo de críticas é o Porta a Porta, programa municipal de transporte de pessoas com deficiência. A Prefeitura de Vitória descumpre desde setembro de 2015 uma sentença judicial determinando melhorias no atendimento do programa. Segundo a decisão da 5° Vara da Fazenda Pública Estadual, o município deveria aumentar a frota do programa em oito veículos e reduzir do período de agendamento de três dias úteis para duas horas. Hoje, quase há 400 pessoas na fila de espera para utilização do Porta a Porta.
 
Desde as eleições, Luciano Rezende repete um mantra para se defender das críticas ao transporte municipal: trata-se de um sistema falido cuja única solução é a integração com o Transcol, o sistema de transporte metropolitano. E só. O ex-secretário Oberacy Emmerich Junior replicou habilmente esse discurso para resguardar prefeito e empresários. 
 
Qual será o comportamento de Hoffmann? Ele vem de uma gestão que, pelo menos no campo das ideias, prometeu redefinir o modelo de mobilidade na Grande Vitória – Casagrande projetou o BRT (vias exclusivas para ônibus) e a volta do Sistema Aquaviário – para desembarcar em um deserto de criatividade que é a gestão Luciano Rezende. Desde que assumiu a prefeitura, Luciano só fez piorar o modelo municipal de mobilidade, precarizando o principal modal da cidade, que são os ônibus.
 
O atual secretário também terá que lidar com suspeitas de corrupção no serviço municipal de táxi. Revelado após série de reportagens de Século Diário no início do ano passado, o esquema dos táxis em Vitória apontou a Setran como o núcleo de proteção de um esquema que transformava o serviço em fonte de lucro particular, via fraude em contratos de permissão. 
 
Os indícios são de que a Setran resguarda, especialmente, um grupo de grandes permissionários de placas de, que, juntos, ganhariam R$ 300 mil por mês à custa de uma concessão pública. As matérias indicariam que a Setran nunca fiscalizou o trabalho dos permissionários de Vitória, obrigados a dirigir o veículo por lei municipal. O descumprimento dessa lei é um dos pilares do esquema.
 
Há fortes suspeitas de fraude também na recente licitação que distribuiu 108 novas placas de táxi. O caso está sob investigação no Tribunal de Contas do Estado (TCE).

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