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Imposto sobre bicicletas é mais elevado que o de carros

A bicicleta não polui, é apontada como alternativa para amenizar o trânsito caótico das cidades e, de quebra, garante a melhoria da qualidade de vida da população. Mas é o carro que tem as alíquotas de imposto mais atraentes para consumidor. Reportagem publicada pelo jornal O Globo deste domingo (3) aponta que a bicicleta tem carga de 40,5% de tributos, contra 32% dos carros.
 
A informação foi levantada por um estudo elaborado pela Tendências Consultoria para a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), que apontou ainda que, além do alto custo da bicicleta, a cobrança dos impostos também recaí sobre os equipamentos de segurança do ciclista, cada vez mais necessários no trânsito. 
 
Entre os ciclistas capixabas também surgem críticas. Para os cicloativistas, os usuários de bikes pagam impostos mais caros, mas não recebem a contrapartida na organização do trânsito, permanecendo segregados. Nas redes sociais a cobrança continua sendo pelo aumento de vias (ciclofaixas e ciclovias) para garantir os deslocamentos dos ciclistas com segurança. 
 
Os cicloativistas capixabas também se queixam que no discurso o poder púbico incentiva o uso da bicicleta, mas, na prática, não oferece as condições necessárias para incentivar o uso da bicicleta.
 
Para os ciclistas, a tributação brasileira sobre as bicicletas é mais uma prova de que o poder público segue na contramão das políticas adotadas em outros países que têm incentivado o uso das bicicletas.
 
Segundo a reportagem do jornal O Globo, no Brasil uma bike comum – aro 26 e 21 marchas – é  vendida em média a R$ 400, 54% mais cara que uma similar nos Estados Unidos, onde custa cerca de R$ 250. Já as bikes dobráveis, feitas para integração com transporte público, custam R$ 640 no Brasil, contra R$ 477 na Alemanha.
 
Uma bicicleta que sai de uma fábrica brasileira tem seu preço elevado em 68,2% devido aos impostos, enquanto em países como Estados Unidos e Colômbia a carga de impostos sobre a bicicleta é zero. 
 
Para os ciclistas, o alto custo das bicicletas produzidas no Brasil dificulta a comercialização, desestimula o setor e, consequentemente, prejudica os ciclistas. 
 
No site da Abradibi – Associação Brasileira da Indústria, Comércio, Importação e Exportação de Bicicletas, Peças e Acessórios –, única entidade que reúne empresas de todos os segmentos do setor, o sentimento não é diferente. Segundo a entidade, a tributação sob as bicicletas é um obstáculo econômico que está vinculado à incongruência entre as políticas públicas para o incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte e estímulo às práticas saudáveis.
 
Pinta e apaga
 
Esta semana, uma das ciclofaixas pintadas pelo grupo Bicicletada Vitória, entre a passarela da Ponte da Passagem e a entrada do bairro Jardim da Penha, na Capital, foi apagada pela administração pública, deixando mais uma vez, os ciclistas a mercê do trânsito – sem qualquer sinalização – em um trecho crítico da cidade. 
 
Os ciclistas de Vitória protestaram durante toda esta terça (9) contra a ação da Prefeitura de Vitória de apagar a ciclofaixa feita na no último dia 25 de outubro. 
 
Nas redes sociais já há uma mobilização para que uma nova ciclofaixa seja pintada no local. Eles argumentam que ciclovias e ciclofaixas nasceram da mesma forma em diversas cidades do mundo e que, no caso da ciclofaixa não ser implantada pela prefeitura, votará a ser pintada pelos usuários. 
 
Segundo os ciclistas, em abril, uma faixa já havia sido pintada no mesmo local, mas também foi apagada pela administração pública. Na ocasião, chegou ficar acordado entre prefeitura e ciclistas que, para evitar um novo protesto, a prefeitura deveria implantar uma ciclofaixa, o que não ocorreu. 
 
 
 

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