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Inacreditável: com demora e superlotação, Hartung e Luciano pioram o que já era ruim

Alex Mariano e Fernando Repinaldo podem usar e abusar de eufemismos, falar de reprogramação, readequação, sazonalidade, et cetera, et cetera. Será em vão. O diretor-presidente da Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV) e o subsecretário de Transportes de Vitória não irão esconder o fato de que o que está em curso no sistemas metropolitano e municipal é uma política de redução de custos e aumento do lucro das empresas de ônibus ao sacrifício dos passageiros. O resto é perdigoto.
 
Mariano e Repinaldo exercem menos o papel de representantes públicos do empreendendo a missão de resguardar os empresários. A cantilena do “inferno são os outros”, como entoam em A Gazeta desta quarta (30) ao dizer que a superlotação de um sistema é culpa do outro e a do outro é culpa do um, é argumento para quem não tem argumento. O objetivo é, de novo, apenas um: resguardar a burra empresarial.
 
Essa balbúrdia instalada nos serviços de transporte público da Grande Vitória mostra que o governador Paulo Hartung (PMDB) e o prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS) conseguiram a proeza de piorar o que já era ruim. Em suas respectivas alçadas, nem um, nem outro se mexeu para reconfigurar o modelo de mobilidade urbana. Mas paralisia é uma coisa; já precarizar o precário é inconcebível.
 
Desde que retornou ao Palácio Anchieta, Hartung vem mostrando uma foice afiada na área de mobilidade: ceifou todo e qualquer projeto que representasse uma mudança no modelo de mobilidade da Grande Vitória. Cancelou as licitações de implantação do Sistema BRT (vias exclusivas para ônibus na Grande Vitória), do Sistema Aquaviário e de estudo para construção de ciclovia na Terceira Ponte. Uma série de retrocessos.
 
A suspensão de novas ideias veio acompanhada pela mesmice. Em janeiro deste ano, o governador autorizou o reajuste da passagem do Sistema Transcol de R$ 2,45 para R$ 2,75, um aumento de 12,24%, índice maior que a inflação registrada em 2015 (10,67%). Hartung enfrentou três protestos contra o aumento das passagens.  Também avalizou o reajuste das tarifas dos pedágios da Terceira Ponte, em Vitória, e da Rodovia do Sol, em Guarapari, administrados pela Rodosol. Na ponte, a tarifa do carro de passeio passou de R$ 0,80 para R$ 0,95; n ES-060 a tarifa saltou de R$ 7,20 para R$ 8,50. 
 
Luciano poderia fazer a diferença implantando um já pronto projeto de rede cicloviária de Vitória, que existe desde a gestão João Coser. Não fez. Vitória continua com uma infraestrutura cicloviária deficiente, com ciclovias desconectadas entre si e sinalização deficiente.  Em outubro do ano passado, tentou implantar o Integra Vitória, uma política projeto mais de redução de custos das empresas do que de redefinição da lógica de transporte público da cidade. O projeto foi cancelado. Em janeiro, avalizou o aumento das passagens de ônibus, que foram de R$ 2,40 para R$ 2,70.

As ruas são incontestáveis. Basta uma breve volta por aí e constatar pontos lotados e ônibus empanturrados levando gente de rosto exausto e impaciente, efeitos diretos da premeditada paralisia de Hartung e Luciano. A demora e a superlotação são argumentos que desmontam qualquer eufemismo, ainda mais os mal-ajambrados de Mariano e Repinaldo.

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