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Instituto Raízes cria e rearticula ações nos morros do Centro de Vitória

Formações sobre negritude, juventude e direitos sociais estão no calendário de atuação deste ano, como ressalta Jocelino Júnior

Divulgação

Formações, projetos culturais e outras ações com foco nos morros da região do Centro de Vitória são algumas das atividades a serem desenvolvidas pelo Instituto Raízes no decorrer de 2021. Uma das iniciativas, informa o coordenador do Raízes, Jocelino Júnior, será uma formação com a temática dos direitos humanos para trabalhadores dos equipamentos públicos dos morros da região do Centro de Vitória, em parceria com a Secretaria Estadual de Direitos Humanos (SEDH).

Algumas das temáticas a serem abordadas no curso são negritude, juventude e direitos sociais, como forma de possibilitar que os profissionais compreendam o território onde atuam. “Será para todos trabalhadores dos equipamentos públicos, como o CRAS [Centro de Referência em Assistência Social], unidades de saúde e escolas, para que possam compreender o território em que atuam, que é cultural e de vulnerabilidade social, entre outras características”, diz Jocelino.

O coordenador do Raízes destaca que o objetivo é fazer com que os equipamentos públicos estreitem laços com as comunidades. Assim, será possível que os trabalhadores desses locais compreendam as diversas realidades que nela existem. Isso possibilitará que haja maior acolhida das pessoas nesses espaços por meio da melhoria na qualidade de atendimento, conforme relata Jocelino.

Central Raízes

A Central de Doação de Alimentos, articulado no primeiro pico da pandemia da Covid-19 como forma de garantir a alimentação de pessoas de origem popular, será retomada este mês, com o nome de Central Raízes. Jocelino informa que, ainda esta semana, lideranças comunitárias começarão a fazer o mapeamento das famílias, priorizando as que estão desempregadas, possuem idosos, pessoas com deficiência e crianças.

“Não vamos conseguir auxiliar a mesma quantidade de famílias do ano passado, mas com mais qualidade para quem precisa de apoio e está sem renda alguma com a extinção do auxílio emergencial”, diz. Inicialmente serão atendidas 80 famílias. O projeto contará com recursos próprios, com o programa de doações do Governo do Estado, o ES Solidário; e doações em dinheiro, que podem ser feitas pelo Pic Pay @institutoraizes.

“A intenção é ajudar sempre que tiver estoque e doações. O Raízes vai apoiar neste sentido e cobrar do poder público a iniciativa de distribuição de alimentos, que deve ser papel fundamental da política de assistência social. Nós vamos complementar nos casos de urgência e de famílias em situação de vulnerabilidade”, informa Jocelino.

Nova Sede Administrativa

Outra novidade do Instituto Raízes foi a inauguração de uma sede administrativa localizada na rua do Rosário, no Centro de Vitória. O espaço será destinado para realização de reuniões do grupo, estando aberto também para atividades de outros movimentos sociais. Já a sala que havia no alto do Morro da Piedade permanecerá, mas com foco na realização de atividades culturais.
Algumas dos fotos do território do samba expostas na sede administrativa. Foto: Divulgação

A sala onde fica a sede administrativa se chama São Benedito, e conta com fotos do território do samba. A outra é denominada Sala Berço do Samba, com exposição permanente de CDs, vinis e fotos de personagens da Piedade. “É um crescimento, um amadurecimento em defesa da cultura, da educação, da segurança pública, dos direitos sociais. Vai dar visibilidade para as ações do Raízes, que vem crescendo enquanto uma instituição séria”, declara Jocelino.

Ele recorda que o Raízes surgiu há 13 anos, começando “como um projeto simples de oficinas para a comunidade”, mas foi crescendo e se deparando com diversas realidades no território, como a fome e a falta de moradia. A partir daí começou a se organizar como grupo de apoio sociocultural e a se aproximar dos equipamentos da região ainda de maneira tímida. “Começamos a ver que podíamos fazer muito mais”, diz. Por isso, em 2016, o Raízes foi formalizado, passando a ter Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). 

O Raízes tem contatado parceiros para visitar a nova sede. Entre os que já visitaram estão a secretária estadual de Direitos Humanos, Nara Borgo, e o secretário estadual de Cultura, Fabrício Noronha. A vice-governadora Jaqueline Moraes (PSB) comparecerá à nova sede na próxima segunda-feira (8). O Raízes está tentando agendar uma visita do governador Renato Casagrande ao local. 

Plano de Ação 15

O Raízes também irá fazer o acompanhamento do Plano de Ação 15, com reivindicações apresentadas ao poder público em julho, após o assassinato de um jovem na Piedade. “O que vai ser feito? O que já foi feito? Se não fez, porque não fizeram?”, elenca Jocelino. Entre as reivindicações está a reforma do campo Benjamin Matias, que teve início, mas não foi concluída. “Estamos cobrando o projeto para que nos mostrem o que vai ser feito”, aponta.

Cultura


Outra atividade planejada para este ano é o Seminário de Pontos de Memória do Espírito Santo, em parceria com a secretaria estadual de Cultura (Secult), buscando salvaguardar e memórias e histórias dos territórios. Além disso, será feita aquisição de instrumentos para duas escolas de samba. Uma é a Unidos da Piedade. A segunda, o grupo ainda analisa. De acordo com Jocelino, a ideia é que isso se estenda, com o passar do tempo, para outras escolas. “A cada dois anos, as escolas têm que comprar instrumentos”, explica.
Visita do secretário Fabrício Noronha à sede administrativa. Foto: Divulgação

O coordenador do Raízes explica que os recursos para as atividades do Instituto foram adquiridos por meio de editais. Por meio da Lei Aldir Blanc, o grupo irá desenvolver o Projeto Olhai Por Nós, com oficinas de fotografia para jovens, crianças e adolescentes.

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