Jeanne Bilich morreu neste domingo, aos 73 anos, três meses após descobrir um câncer no pulmão
Jeanne participou do início de Século Diário, fundado pelos jornalistas Rogério Medeiros e Stenka do Amaral Calado (falecido), marcando junto sua estreia na mídia eletrônica. Atuou nesse período como colunista do jornal e repórter da extinta Revista Século. Ela também era advogada, radialista e mestre em História Social das Relações Políticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Desde 2004, era assessora da Fundação Ceciliano Abel de Almeida.
Em nota, a Academia Espírito-santense de Letras comunicou “com pesar e consternação” o falecimento de Jeanne Bilich e ressaltou sua “nobre contribuição para a cultura do Espírito Santo, com a certeza de que a acadêmica deixou um legado valioso para a compreensão da literatura e da comunicação do nosso tempo”.
A Prefeitura de Vitória decretou luto oficial de três dias. Nas redes sociais, amigos, familiares e lideranças políticas destacam a trajetória de Jeanne e lamentam sua partida.
“Muito triste com a partida da jornalista Jeanne Bilich. Como apresentadora em diversos canais de televisão, Jeanne marcou a história do jornalismo capixaba com inteligência, leveza e aquele sorriso constante. Aos familiares e amigos, meus sentimentos”, publicou o governador Renato Casagrande.
O velório de Jeanne Bilich ocorre na tarde deste domingo, no Cemitério Parque da Paz, na Ponta da Fruta, em Vila Velha. O corpo será cremado.
Trajetória
Nascida em 12 de outubro de 1948, no Rio de Janeiro, Jeanne radicou-se no Espírito Santo no início da década de 60 e iniciou a carreira jornalística em 1974, no jornal A Gazeta e, em 1982, passou a atuar como advogada (OAB-3202), conjugando as atividades de jornalista com o exercício da advocacia. Com a inauguração da TV Gazeta em 1976, estreou no veículo televisão apresentando o jornal Hoje, edição local.
Produziu e apresentou diversos programas na TV Educativa e TV Vitória. Nessa última emissora, comandou a revista jornalística Espaço Local por 10 anos consecutivos (1989 – 1999) e, a seguir, estreou como âncora no Jornal da TV Vitória, onde também atuou depois como editora-chefe. Em 2000, foi colunista e repórter do jornal Século Diário e Revista Século.
Jeanne estreou no rádio, em 1978, apresentando os noticiosos da Rádio Espírito Santo e, nos anos 80, atuou na Rádio Gazeta AM e, mais tarde, na Rádio CBN.
Ao longo da carreira jornalística recebeu inúmeras premiações, entre elas o título de Cidadão Vitoriense, concedido pela Câmara Municipal de Vitória, Comenda João Santos Filho, Prêmio Capixaba de Jornalismo – 8 ª edição e Medalha Eugênio Pacheco de Queiroz.
Possui artigos e ensaios publicados em diversas coletâneas: Virando o XXI – Ed. Multiplicidade (1999); Escritos do Espírito Santo – Ed. Secretaria de Estado da Cultura (2006); Escritos de Vitória 24 – Rádio, org. Francisco A. Ribeiro, Ed. Academia Espírito-Santense de Letras; Secretaria Municipal de Cultura; Ed. Formar (2007); além de assinar a biografia de Amylton de Almeida no livro A Múltipla Presença – vida e obra de Amylton de Almeida, org. de Deny Gomes, edição da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (1996). Em 2005, sua tese de Mestrado foi publicada em livro com o título As Múltiplas trincheiras de Amylton de Almeida: o Cinema como Mundo, a Arte como Universo, editora GSA.