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Linha Verde vai retornar com permissão de Uber e ‘carona solidária’

Parece que o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), decidiu atender o desejo dos moradores que entraram na Justiça contra a Linha Verde, faixa exclusiva instalada na avenida Dante Michelini, na Praia de Camburi, para ônibus, táxis e vãs. Em uma semana de funcionamento, a medida despertou a indignação de alguns moradores que resolveram recorrer à Justiça, obtendo decisão favorável em primeira instância. Poucos dias depois, no entanto, o Tribunal de Justiça do Estado (TJES) garantiu o retorno da Linha Verde, dando ganho para a Prefeitura na queda de braço. 
 
Mas, nesta segunda-feira (2), a prefeitura anunciou mudanças para o retorno na Linha Verde: os veículos que estiverem transportando três pessoas ou mais poderão utilizar a faixa, que será reativada no próximo dia 10. Outra novidade: também terão acesso ao corredor exclusivo os motoristas de Uber.
 
A informação, divulgada pela prefeitura nesta segunda-feira (2), destaca a fala do secretário de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória, Tyago Hoffman: “A nossa ideia é favorecer o transporte de massa, o transporte coletivo como um todo, e a 'Carona Solidária' é uma forma de melhorar a mobilidade urbana dentro do conceito de coletividade”, afirmou.
 
Luta judicial

 

O juiz da 3ª Vara Cível de Vitória, Mário da Silva Nunes, havia suspendido a Linha Verde no dia 23 de março deste ano, em ação popular requerida pela moradora da Capital Licia Rezende Narciso, que alegou falta de participação popular prévia à intervenção e caos no trânsito. 
 
O desembargador substituto Delio José Rocha Sobrinho, da 2ª Câmara Cível do TJES, no entanto, deferiu, no dia 28 de março, um pedido de efeito suspensivo ativo em agravo de instrumento interposto pelo prefeitura de Vitória para reativar a Linha Verde na Praia de Camburi. Ao contrário do juiz de primeiro grau, o magistrado não constatou nenhuma ilegalidade na implantação do projeto defendido pelo prefeito Luciano Rezende (PPS).  
 
Para o desembargador, a prefeitura demonstrou, por meio de documentação juntada aos autos, que teria realizado as audiências públicas pertinentes antes da implementação do Projeto Linha Verde, “o qual, diga-se de passagem, ao que parece, permaneceu em discussão junto à comunidade por mais de dez anos”, destacou na decisão.

 

Já o advogado responsável pela ação popular, Amarildo Santos, afirmou que irá recorrer da decisão ao colegiado do TJES nesta segunda-feira (2). Ele considera os argumentos da prefeitura frágeis. A prefeitura, segundo Amarildo, fez debates em 2006 e 2007 sobre corredores exclusivos – ainda não era Linha Verde – e apresentou a questão em poucas linhas no Plano de Mobilidade, porque era obrigada. 
 
Ônibus

 

Segundo a prefeitura, a Linha Verde, desde que começou, ganhou uma linha especial de ônibus para atender os passageiros que utilizam o transporte coletivo municipal no trajeto entre a Enseada do Suá e o bairro Jardim Camburi. O ponto está sendo na rua Caetano Tunholi, em frente ao Hortomercado, do outro lado da avenida Nossa Senhora dos Navegantes.
 
O coletivo recebeu o número 295 e conta com ar-condicionado, fazendo paradas nos pontos para embarque e desembarque de passageiros com passagem a R$ 5,00. A Prefeitura avalia a implantação de um ônibus convencional para fazer o mesmo itinerário.
 
Outra alteração após a implantação da Linha Verde foi o ajuste no tempo dos semáforos. Nos três primeiros sinais após a Ponte de Camburi (sentido Jardim Camburi) foi feita uma ampliação de seis segundos. 

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